Eliziane quer explicações sobre conduta policial durante manifestações

A presidente da Comissão de Direitos Humanos e das Minorias, deputada Eliziane Gama, criticou a ação dos policiais na tentativa de reprimir a manifestação pacífica ocorrida nesta segunda-feira, dia 24 de junho.

Na tribuna da Assembleia Legislativa, a parlamentar denunciou o despreparo e a truculência dos policiais contra os manifestantes e que resultou em confronto e revolta. Ela informou que a Comissão de Direitos Humanos encaminhará as denúncias para a OAB, Ministério Público, Ouvidoria de Segurança Pública e Corregedoria da PM pedindo providências.

“Não quero generalizar, mas infelizmente os policiais não estão preparados para manifestações no nosso Estado do Maranhão. Quero registrar o meu repúdio e indignação, e afirmar que vou encaminhar a OAB, Ministério Público e Corregedoria da Polícia Militar do Maranhão, para que as devidas providências sejam tomadas e seja aberto um procedimento para apurar a conduta dos militares”, assegurou.

Eliziane Gama lembrou que sempre apoiou o movimento dos militares por melhorias para a categoria, e ressaltou que tem respeito pela Polícia Militar do Maranhão, mas lamentou o despreparo diante das mobilizações.

O protesto intitulado “São Luís Acordou” iniciou às 17h em frente ao Tropical Shopping no Renascença e seguiu para a Assembleia Legislativa. Os manifestantes se dispersaram logo depois do confronto com a cavalaria e a Tropa de Choque da Polícia Militar.

A informação é que após confronto, os manifestantes se retiram da Assembleia Legislativa, e um grupo menor se dirigiu ao elevado da Cohama e fechou as duas vias da Avenida Jeronimo de Albuquerque. O CPM e a Tropa de Choque dispersaram os manifestantes com spray de pimenta e balas de borracha.

Segundo o relato da parlamentar, foi neste momento que ela passava no local e tentou socorrer uma jovem desmaiada, e recebeu ameaça e ordem de prisão de um PM, identificado como major Welligton.

“Estava indo à casa da minha mãe, no São Cristóvão e passamos pela rotatória da Cohama e ficamos lá aproximadamente uma hora parados. Estava lá e vi que não houve nenhuma ação dos jovens de forma truculenta ou tentando afrontar a ação da polícia. Quando de repente chega a Tropa de Choque da PM com bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha dispersando a multidão”, contou.

De acordo com a parlamentar, ao ver uma jovem desmaiada tentou socorrê-la e mesmo se identificando como deputada estadual foi hostilizada por um policial militar.

“Vi uma jovem de aproximadamente 20 anos desmaiada por causa do spray de pimenta e o meu instinto humano foi de tentar socorrer a moça. Quando tentei socorrê-la vieram policias, dentre eles o major Wellington, e simplesmente me ameaçou dando voz de prisão. Ele partiu para cima de mim, e me deu prazo de sair dali sob pena de me levar presa”, denunciou.

Eliziane Gama destacou que os motivos das manifestações são legítimos. A parlamentar lembrou lutas históricas como a Marcha dos 100 Mil, em 1968, pelo fim da Ditadura no Brasil, as Diretas Já na década de 80, e o movimento para o Impeachment do presidente Fernando Collor.

“Várias vezes trouxemos aqui nossa preocupação com a falta de responsabilidade pública no Brasil, que é a grande razão para a mobilização em praticamente todas as cidades do país. No Maranhão a população vai às ruas, se manifestar de forma pacífica e infelizmente, alguns infiltrados tentam danificar o patrimônio. Porém, temos manifestado o nosso apoio às manifestações, pois são o grande instrumento de grito e de democracia no Brasil”, completou.

Durante a sessão desta terça-feira (25), vários parlamentares da base do governo e da oposição se solidarizaram com a deputada Eliziane Gama e criticaram a ação da polícia contra os manifestantes.

Eliziane Gama foi enfática em dizer que não se tratava de algo particular, mas uma reflexão sobre a conduta polícia na repreensão às manifestações. “Não estou falando por mim, apenas manifestando esta grave situação. Porque se acontece com um parlamentar depois de se identificar, imaginem a atitude da polícia com a nossa juventude”, lamentou.

Agência Assembleia 

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