Lindemberg diz que atirou porque achou que Eloá o desarmaria.

Lindemberg Alves Fernandes, 25, confessou na tarde desta quarta-feira que atirou contra a namorada Eloá Pimentel, 15, por que achou que ela tentaria desarmá-lo, como já havia feito em outras vezes para tentar desarmá-lo durante as mais de cem horas em que a manteve em cárcere privado, em outubro de 2008.

Segundo o rapaz, que está sendo julgado desde a última segunda-feira, houve a explosão provocada pela polícia no momento da invasão, e Eloá se levantou do sofá. “Sem pensar, atirei”, disse Lindemberg, que afirmou ainda que não sabe se atirou na Nayara, que também era mantida no apartamento.

“Infelizmente, eu atirei nela. Parecia que ela poderia vir pra cima de mim. Foi tudo muito rápido”, afirmou o réu com a voz embargada. Ele não soube dizer quantos tiros disparou, mas afirmou que só se lembra de estar no chão, sendo agredido pela PM.

Ele responde por 12 crime. Além do homicídio contra Eloá, ele responde também pela tentativa de homicídio (contra Nayara –amiga de Eloá– e contra o sargento Atos Valeriano), cárcere privado (contra Eloá, contra os dois amigos dela e duas vezes contra Nayara, por ter retornado ao cativeiro) e por disparos de arma de fogo.

Questionado sobre os demais crime, Lindemberg confessou ter obrigado Eloá a permanecer no apartamento, e disse que era uma forma de garantir sua segurança. “Íamos sair juntos”, disse. Já quanto aos demais crimes, ele nega ter obrigado os amigos da jovem a permanecer no imóvel e que tenha atirado contra um policia.

Lindemberg afirmou que atirou algumas vezes, mas não seriam com a intensão de ferir ninguém. Ele confessou ter disparado contra a multidão uma vez, outra contra o computador de Eloá, porque teria ficado nervoso com ela, e uma vez com uma espingarda que havia no apartamento, mas também teria sido acidental.

TRAIÇÃO

Lindemberg afirmou no interrogatório que havia reatado o namorado com Eloá havia cerca de cinco dias, quando iniciou o cárcere, em 13 de outubro de 2008. Segundo ele, o relacionamento estava sendo mantido em segredo porque a garota havia mentido para o pai e dito que Lindemberg havia batido nela. Ela então aguardava o momento para contar que havia mentido, para depois contar sobre a retomada do namoro.

Ele disse ainda que foi até o apartamento da namorada e ficou surpreso em encontrá-la com a amiga Nayara Rodrigues e mais dois garotos. O réu disse que questionou Vitor Lopes, e que o garoto teria confirmado ter “dado uns beijos” em Eloá. Nesse momento, houve uma discussão e a garota começou a gritar, o que fez com que Lindemberg usasse a arma para fazê-la parar.

Segundo Lindemberg, ele pediu para que os amigos da namorada saíssem do apartamento, mas eles se recusaram a deixar Eloá. Com isso, todos ficaram no imóvel durante a tarde, sendo Lindemberg e Eloá conversando na cozinha e os três jovens no quarto.

Apenas mais tarde, um parente de um dos meninos foi ao apartamento, mas foi impedido de entrar. Com isso, ele teria chamado a polícia. “Naquele momento fiquei furioso. Estava perdido. Não sabia o que fazer”, afirmou Lindemberg.

Folha.com

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