Aliado de Sarney é preso no Amapá

O ex-senador Gilvan Borges (PMDB), que lidera a oposição no Amapá com o “Governo Paralelo”, foi preso ontem (12) em Macapá pela Polícia Ambiental sob acusação de crime ambiental. Por volta de 17 horas, ele comandava uma operação de aterro para abrir uma via alternativa, ligando os bairros Marabaixo I e Marabaixo II, no intuito de desafogar o trânsito na Rodovia Duca Serra, zona norte da capital. Junto com Gilvan, foi preso o operador do trator. O maquinário também foi apreendido.
 
“O governo não faz, eu tenho que fazer”, disse Gilvan, que foi levado ao Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp) do Pacoval. Após a intervenção de políticos, inclusive o prefeito da capital Roberto Góes, Gilvan foi liberado às 21 horas.
 
Ele foi carregado pelos correligionários que o aguardavam na frente do Ciosp. De acordo com lideranças políticas, a prisão do ex-senador foi desnecessária e revelou a intransigência do governo estadual para lidar com a oposição.
 
O prefeito Roberto Góes foi um dos primeiros a se manifestar, lamentando o fato. “A situação não precisava ter chegado ao extremo, a ponto de levarem preso o líder do ‘Governo Paralelo’”, enfatizou. “Estamos aqui prestando nosso apoio e deixamos claro que, se depender do nosso incentivo, as obras do ‘Governo Paralelo’ vão continuar”, acrescentou o prefeito.
 
Confronto anunciado
 
O primeiro embate entre o Governo Paralelo e o governo do Estado era previsível. Mas ninguém esperava um desfecho extremo. Há 15 dias, Gilvan Borges havia protocolado um ofício no Palácio do Setentrião pedindo providências para resolver os graves problemas de um trecho da Rodovia Duca Serra.
 
No documento, o ex-senador explicitou que se o governo estadual não tomasse a iniciativa, o Governo Paralelo entraria em ação.
 
Quando comandava a operação de aterro nas proximidades do bairro Marabaixo I, Gilvan Borges foi surpreendido por uma guarnição do Batalhão Ambiental. Sob a alegação de falta de licença ambiental, o ex-senador foi preso, junto com o operador do trator, que também foi apreendido.
 
No Ciosp, Gilvan garantiu que possui a licença, que havia sido expedida pela Prefeitura de Macapá. O documento foi entregue pelo prefeito Roberto Góes.
Ao chegar ao Ciosp, Gilvan Borges classificou sua prisão de “perseguição” do governo.
 
 “Fui preso porque quero salvar vidas”, declarou, lembrando que no ano passado ocorreram mais de 100 acidentes de trânsito com 15 vítimas fatais na rodovia Duca Serra. Ao ser liberado, por volta de 21 horas, Gilvan disse que sua prisão não vai frear o ‘Governo Paralelo’.
 
(Do Amapá Digital)
 
 

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