Vale é condenada a indenizar quilombolas no Pará+ ex-mulher de tucano deve sair junto com Agneli

 

 Da Folha de S. Paulo: Belém e Brasília – A Justiça Federal em Belém (PA) condenou ontem a mineradora Vale a pagar indenizações mensais para 788 famílias de descendentes de quilombolas atingidas por um mineroduto da empresa no Pará.

Segundo a decisão da juíza Sandra Lopes Santos de Carvalho, 251 dessas famílias, mais impactadas pelo mineroduto, deverão receber mensalmente três salários mínimos (R$ 1.635). Outras 537, menos prejudicadas, ganharão um salário mínimo (R$ 545) por mês. Caso descumpra a decisão, a multa é de R$ 500 mil por dia. Carla Grasso, ex-mulher de Paulo Renato Elas moram na localidade de Jambuaçu, dentro do município de Moju (105 km de Belém).

Seus pagamentos já tinham sido colocados como uma das condicionantes para a instalação do mineroduto. Ele tem 244 quilômetros de extensão e leva bauxita de Paragominas, no sudeste do Estado, até Barcarena, no norte, onde fica a empresa Alunorte, da Vale.

A decisão, à qual cabe recurso, foi motivada por uma ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público Federal no Pará. De acordo com o MPF, a passagem do cano, cuja instalação foi aprovada em fevereiro de 2010, impede que os quilombolas usufruam plenamente de seu território e dele possam tirar seu sustento.

A Justiça determinou também que a empresa crie um projeto de geração de renda na área. Nos autos do processo, a empresa afirmou que os impactos foram causados apenas no começo do empreendimento e que já há um acordo judicial homologado com as famílias sobre as obras do mineroduto. A Vale afirma que não foi notificada da decisão.

Ex-mulher de ministro tucano

 O governo não pediu somente a saída de Roger Agnelli do comando da Vale.

A atual diretora de Recursos Humanos e Serviços Corporativos, Carla Grasso, também virou alvo de articulação do Planalto para que deixe a companhia.

 A substituição dos dois executivos é dada como certa na Esplanada dos Ministérios. Tito Martins, atual diretor-executivo de Metais Básicos da Vale e presidente da Vale Inco, no Canadá, substituirá Agnelli no cargo.

 A assembleia de acionistas que decretará a nova “cara” da diretoria ocorrerá na próxima semana. Na segunda-feira, segundo comunicado (fato relevante) distribuído pela Vale na noite de anteontem, haverá uma reunião prévia entre os acionistas para “homologar a contratação de empresa internacional de seleção de executivos” e “manifestar-se sobre a indicação do diretor-presidente” da mineradora.

A empresa (“headhunter”) apresentará lista tríplice de executivos à mineradora. Carla Grasso é tida como braço direito do atual presidente da mineradora.

O desejo de seu desligamento foi comunicado ao Bradesco, um dos principais sócios por meio da Bradespar. Grasso entrou na Vale como diretora de Pessoal, em 1997, logo após a privatização ocorrida naquele ano. Em 2001, quando Agnelli assume o comando da companhia, ela passa a acumular poderes na diretoria de RH.

Ex-mulher de Paulo Renato, ministro da Educação de Fernando Henrique Cardoso, foi secretária de Previdência Complementar na gestão do presidente tucano.

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