Réus do caso Brunno Matos vão a júri popular

A juíza auxiliar da entrância final Samira Barros Heluy, respondendo pela 2ª Vara do Tribunal do Júri, determinou nessa segunda-feira (17) que os acusados pela morte do advogado Brunno Eduardo Matos Soares – Carlos Humberto Marão Filho, o vigilante João José Nascimento Gomes e o estudante Diego Henrique Marão Polary – serão submetidos a julgamento pelo Tribunal do Júri Popular, conforme determina o Art. 413 do Código de Processo Penal.

De acordo com a juíza, em seu anúncio, houve ‘prova da existência de crimes dolosos contra a vida, com indícios da autoria’. Por eles terem comparecido a todos os atos processuais, a juíza não determinou prisão dos acusados.

O julgamento ainda não tem data prevista.

Entenda o caso
O advogado Brunno Eduardo Soares Matos, de 29 anos, foi assassinado a facadas na madrugada do dia 6 de outubro de 2014, após a festa de comemoração do senador eleito Roberto Rocha (PSB), realizada no comitê de campanha do candidato, no bairro Olho-d’Água, em São Luís. O irmão dele, Alexandre Soares Matos, e Kelvin Kim Chiang, também foram feridos. Segundo informações da polícia, o crime teria sido resultado do som alto da festa. Brunno então reclamou da atitude e entrou em confronto.

Inicialmente, Carlos Humberto Marão Filho, de 38 anos, foi aprontado como principal suspeito do crime. No dia 16 de outubro, o vigilante João José Nascimento Gomes assumiu a autoria do assassinato. À polícia, ele disse que não lembra a ordem dos fatos, mas que foi ele quem desferiu os golpes de faca nas vítimas. No dia 21 de outubro o vigilante foi até a sede da Ordem dos Advogados do Brasil da seccional do Maranhão (OAB-MA) e negou toda a autoria do crime. Ele disse que foi coagido por um advogado a assumir a autoria do crime e ainda que teria recebido a quantia de R$ 4,9 mil para declarar-se culpado.

Réus negaram autoria
Em dezembro de 2014, durante audiência realizada na 2º Vara do Tribunal do Júri, no Fórum Desembargador Sarney Costa, no Calhau, o vigilante João José Nascimento Gomes declarou que só falou para a polícia que tinha esfaqueado a vítima pelo fato de Carlos Marão ter afirmando a ele que seria preso já que a faca encontrada nas costas de uma das vítimas teria suas digitais. “Eles falaram para eu assumir o crime, pois não ficaria na cadeia porque o advogado deles iria me tirar da prisão bem rápido. Eu não matei ninguém e durante a briga”, disse. Em outubro do mesmo ano ele compareceu à sede da OAB-MA para negar que tinha sido ele o autor dos golpes de faca que mataram o advogado. Na ocasião ele pediu segurança e afirmou que foi ameaçado.

O estudante Diego Polary manteve a versão de que estava em casa dormindo durante a confusão que resultou na morte do advogado. Polary afirmou que só ficou sabendo do fato somente no começo da manhã do dia seguinte, quando os policiais chegaram a sua casa para prender o seu tio, Carlos Marão.

Já Carlos Marão declarou que foi induzido pelos delegados a falar em seu depoimento que o seu sobrinho, Diego Polary, estava na cena do crime, inclusive chegou a agredir fisicamente as vítimas por meio de socos e pontapés. “Polary estava dormindo. Eu e o meu sobrinho não desferimos as facadas nas vítimas, pois de fato foi o vigilante, agora o motivo para ele fazer isso não sei responder”, afirmou.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.