Começa nesta segunda o julgamento de acusados no caso Décio Sá

  • Promotor de Justiça Rodolfo Soares dos Reis e os promotores Haroldo Paiva de Brito e Benedito de Jesus Nascimento Neto (Foto: Clarissa Carramilo/G1 Maranhão)
    Promotor de Justiça Benedito de Jesus Nascimento Neto, e os promotores Haroldo Paiva de Brito e Rodolfo Soares dos Reis (Foto: Clarissa Carramilo/G1 Maranhão)

Começa nesta segunda-feira (3) o júri popular que vai julgar os acusados da morte do jornalista Décio Sá. Jhonathan de Sousa Silva e Marcos Bruno Silva de Oliveira serão levados a júri popular nos dias 3, 4 e 5 de fevereiro de 2014, no auditório do Tribunal do Júri de São Luís, no fórum da capital no Calhau. Eles estão entre os 11 acusados do assassinato do jornalista e blogueiro Décio Sá. Os réus são acusados pelos crimes de homicídio e formação de quadrilha.

Um esquema de segurança foi montado para o julgamento com policiais civis e militares e agentes penitenciários federais. O julgamento será presidido pelo juiz titular da 1ª Vara do Tribunal do Júri, Osmar Gomes dos Santos. O promotor de Justiça Rodolfo Soares dos Reis atuará na acusação e será auxiliado pelos promotores Haroldo Paiva de Brito e Benedito de Jesus Nascimento Neto. A defesa ficará com o advogado Pedro Jarbas da Silva.

Foram arroladas cinco testemunhas de acusação e oito de defesa. Jhonathan de Sousa Silva, que confessou ter executado o jornalista, está preso no presídio federal de Campo Grande (MS), de onde virá para o julgamento na capital maranhense. Marcos Bruno Silva de Oliveira, que era o piloto da moto que conduziu o Jhonathan, está preso em São Luís.

Jhonathan de Sousa Silva chegou na tarde desse domingo (2). Protegido por um forte aparato de segurança, ele foi encaminhado para a superintendência regional da Polícia Federal, no bairro Cohama. De lá, ele só deve sair na manhã desta segunda-feira (3), quando começa a ser julgado pela morte do jornalista.

Jhonathan chega à superintendência da PF protegido por um forte aparato de segurança (Foto: G1)
Jhonathan chega à superintendência da PF protegido por um forte aparato de segurança (Foto: G1)

Dos doze denunciados pelo Ministério Público, onze foram pronunciados pelo juiz Osmar Gomes para ir a júri popular: Jhonathan de Sousa Silva, Marcos Bruno Silva de Oliveira, Shirliano Graciano de Oliveira (que está foragido), José Raimundo Sales Chaves Júnior (“Júnior Bolinha”), Elker Farias Veloso, Fábio Aurélio do Lago e Silva (“Bochecha”), Gláucio Alencar Pontes Carvalho e José de Alencar Miranda Carvalho (pai de Gláucio), além dos policiais Fábio Aurélio Saraiva Silva (“Fábio Capita”), Alcides Nunes da Silva e Joel Durans Medeiros.

Oito dos onze pronunciados recorreram da pronúncia, mas o juiz Osmar Gomes manteve a decisão. Na decisão do recurso, Gomes seguiu as contrarrazões do Ministério Público estadual e remeteu o traslado dos recursos e do inquérito ao Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA). O recurso está na 2ª Câmara Criminal, tendo como relatora a desembargadora Angela Maria Moraes Salazar.

Já o advogado Ronaldo Henrique Santos Ribeiro, denunciado pelo Ministério Público de participação no assassinato do jornalista não será levado a júri popular. Em outubro de 2013, o juiz Osmar Gomes impronunciou o acusado, por não verificar indícios suficientes que comprovem a autoria ou participação do advogado no crime.

Entenda o caso
O jornalista e blogueiro Décio Sá foi morto a tiros no dia 23 de abril de 2012, por volta das 22h30, em um bar na Avenida Litorânea, em São Luís. O jornalista trabalhava na editoria de política do jornal O Estado do Maranhão e alimentava o Blog do Décio, o mais acessado do estado na época do crime.

Depois de quase dois anos do assassinato do jornalista Décio Sá, 11 pessoas foram indiciadas por envolvimento no crime, entre elas, o assassino confesso Jhonatan Silva e os acusados de serem os mandantes o empresário Glauco Alencar e o pai dele José de Alencar Miranda.

As investigações apontaram que os envolvidos faziam parte de uma quadrilha de agiotas, que emprestava dinheiro para financiar campanhas de candidatos a prefeito que pagavam a dívida com dinheiro público quando venciam as eleições.

A Polícia diz que o grupo de agiotas tinha ligações com pelo menos 41 prefeituras maranhenses, no período de 2009 a 2012. Cerca de R$ 100 milhões teriam sido desviados. A Polícia Federal também investiga a quadrilha pelo desvio de recursos federais.

G1.com

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