Ex-gerente do Bradesco está indiciada por estelionato e apropriação indébita

Blog do Gilberto Léda 

A ex-gerente do Bradesco Raimunda Célia Moraes da Silva Abreu, apontada como a mentora intelectual de um golpe que envolvia agiotagem com recursos da Câmara Municipal de São Luís, foi indiciada no dia 14 de novembro por estelionato e apropriação indébita.

Até o momento, nenhum vereador foi formalmente apontado como integrante do esquema, embora haja indícios contra pelo menos 14 deles. O inquérito aberto pela Polícia Civil já foi encaminhado ao Ministério Público, que também investiga o caso.

Raimunda Célia não está mais em São Luís. Ela chegou a se internar voluntariamente em uma clínica psiquiátrica depois de descoberta a trama. Mas viajou a São Paulo – onde mora um filho – e, aparentemente deixou o país depois disso.

No total, estima-se que foram desviados pelo menos R$ 26 milhões das contas do Legislativo Municipal.  O dinheiro era desviado por meio de empréstimos consignados. A Câmara Municipal autorizava créditos milionários em nome de vários funcionários da Casa de uma vez só, mas não descontava deles nos contra-cheques.

O apurado era emprestado a terceiros, mediante o pagamento de juros de até 7%. Com o que era arrecadado, pagavam-se as parcelas dos empréstimos e o lucro era dividido entre os participantes da jogada.

Há, ainda, suspeitas de que Raimunda Célia dava cheques da Câmara – ela teria talões do Poder Legislativo assinados e em branco – como garantia m empréstimos tomados de agiotas. Ela operava, ainda de acordo com o que apuram a polícia e o MP, esquemas com clientes privados do banco.

O advogado da ex-gerente, José de Alencar Júnior, foi acionada pelo titular do blog por telefone, mas não atendeu as chamadas.

Demissão

Uma segunda gerente do Bradesco, Maria Edilene Albuquerque, também já foi demitida por suspeita de participação no esquema. Em São Luís ela trabalhou na agência da Rua da Paz, mas atualmente estava em Imperatriz.

Ainda não há confirmação de indiciamento desta segunda agente do Bradesco. O blog também tentou contato com ela, e aguarda retorno.

Requerimento

Por conta do escândalo, o vereador Marquinhos da Vila Luizão (PRB) protocolou há duas semanas um requerimento pedindo o descredenciamento do Bradesco como instituição bancária oficial da Câmara Municipal.

No documento, apresentado em plenário, o parlamentar acaba confirmando a descoberta de “transações suspeitas da instituição financeira Bradesco S/A e servidores da CMSL”, sem citar que transações eram essas nem que servidores (ou vereadores) participavam delas.

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