Entenda o que levou aos atentados à polícia no Maranhão

G1 Maranhão 

Uma série de confrontos entre policiais e integrantes de facções criminosas levaram aos atentados contra trailers, delegacias da Polícia Militar e ônibus ocorridos no último fim de semana, em São Luís, segundo informações da Secretaria de Segurança Pública doMaranhão (SSP-MA).

Dois trailers e três delegacias da polícia foram metralhados. Morreu o soldado Francinaldo Sousa Pereira, 42. O sargento Marco Antonio Correa Cutrim e uma civil, não identificada, ficaram feridos e encontram-se hospitalizados no Hospital Djalma Marques (Socorrão I). Dois ônibus foram assaltados – um foi incendiado e parcialmente destruído após o assalto e, o outro, teve incêndio controlado pelo motorista e não sofreu maiores danos.

Assim como na rebelião de Pedrinhas, no mês passado, quando um confronto entre os facções rivais na Casa de Detenção (Cadet) deixou pelo menos nove mortos e 20 feridos, o secretário Aluísio Mendes atribui as ações criminosas a represálias ao trabalho de combate ao crime organizado da polícia.

“A polícia está fazendo um grande trabalho de mapeamento dessas facções e isso está incomodando essas facções. Nós prendemos os grandes chefes e líderes dessas facções e elas estão sentindo que a polícia está realmente agindo de forma dura”, explicou o secretário Aluísio Mendes, em entrevista concedida na manhã desta segunda-feira (11).

Veja a ordem cronológica dos fatos:

8 de novembro – A polícia aborda cinco suspeitos de integrar uma facção criminosa em um veículo no Vassoural, em Paço do Lumiar, município da Região Metropolitana de São Luís. Dois homens são mortos em troca de tiros com a polícia – um deles, suspeito de ser o mandante do assassinato do policial reformado Leônidas Rabelo Silva, o Cabo Silva, 57, morto a tiros no mês passado, no Cohatrac, após denunciar tráfico de drogas na região do Cohabiano, zona rural da capital maranhense.

9 de novembro – Em represália às mortes dos integrantes das facções e prisões de líderes, por volta de 14h de sábado (9), homens armados assaltam ônibus no Alto da Esperança e ateiam fogo no veículo. Incêndio destrói parcialmente a dianteira do carro. No início da noite, outro ônibus é assaltado, desta vez, no ponto final do Bequimão. Homens chegam a jogar galão de gasolina e ateiam fogo, mas incêndio é logo controlado por motorista e não danifica o veículo. Por volta de 19h, dois trailers da Polícia Militar são metralhados – um na Vila Nova e outro do Bairro de Fátima. Delegacias do Turu, Maiobão e São Francisco também são alvo de tiros. Um soldado morre e um sargente e uma civil ficam feridos.

10 de novembro – Na manhã de domingo (9), seis pessoas são presas suspeitas de envolvimento nos ataques. Cúpula de Segurança Pública do Estado convoca reunião emergencial na sede da instituição, na Vila Palmeira. Secretaria confirma que ordem dos ataques partiu de dentro dos presídios. À tarde, dois homens são mortos em troca de tiros com a polícia. Secretário considera atentados um enfrentamento ao trabalho de combate ao crime organizado feito pela polícia.

11 de novembro – Na segunda-feira (11), mais três pessoas são presas suspeitas de participação nos ataques. Dois menores também são apreendidos. Outros dois são mortos em confronto com a polícia e dois conseguem fugir. Secretpario de Justiça e Administração Penitenciária, Sebastião Uchôa, diz que identificou falha na instalação dos bloqueadores de celular em Pedrinhas e que algumas operadoras têm sinal dentro dos presídios. Sejap informa também que, em um mês, 350 celulares foram apreendidos dentro do sistema penitenciário de São Luís, mesmo com a presença de homens da Força Nacional nas prisões.

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