Governo articula para manter comando de CPI do caso Cachoeira

Numa tentativa de blindar o governo, aliados da presidente Dilma Rousseff se articulam para controlar a CPI que vai ser instalada no Congresso para investigar a ligação de autoridades com Carlos Cachoeira, acusado de exploração de jogo ilegal.

PT e PMDB, partidos da base aliada, negociam para ficar com a presidência e a relatoria da comissão, indicando nomes alinhados com o Palácio do Planalto.

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Os petistas querem indicar um deputado para a relatoria da comissão. Cabe ao relator conduzir a investigação, o que lhe permite afastar do foco eventuais suspeitas contra membros do PT e aliados.

Os deputados Paulo Teixeira (PT-SP) e Henrique Fontana (PT-RS) são os favoritos.

Entre os peemedebistas, o mais cotado para assumir a presidência da CPI é o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB). Corregedor do Senado, tem ao seu favor o perfil discreto, sem buscar holofotes.

Em recado a aliados, a presidente disse que não vai colocar obstáculos para a instalação da CPI.

A ordem do Planalto é não bloquear as investigações, mas o governo trabalha para evitar que a comissão apure a ligação de empresas privadas com Cachoeira –por isso, defende que o foco sejam as relações do empresário com congressistas.

Uma das empresas ligadas ao empresário, segundo a Polícia Federal, é a construtora Delta, uma das que mais recebem verbas federais.

Apesar da blindagem, líderes da oposição vão brigar por um dos cargos de comando da CPI. Pela tradição, a presidência e a relatoria são das maiores bancadas da Câmara (PT) e do Senado (PMDB).

Articulador da CPI na Câmara, o deputado Protógenes Queiroz (PC do B-SP) deve ser afastado das investigações. Segundo “O Estado de S. Paulo”, ele foi flagrado em pelo menos seis conversas com um integrante de Cachoeira. O deputado nega as suspeitas.

Folha.com

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