PSOL quer antecipar análise de caso Demóstenes no Senado

O PSOL vai tentar antecipar a reunião do Conselho de Ética do Senado, marcada para o dia 10 de abril, com o objetivo de acelerar a análise do processo por quebra de decoro parlamentar contra o senador Demóstenes Torres (DEM-GO). O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) vai encaminhar nesta segunda-feira (2) ofício ao conselho com o pedido para que o colegiado se reúna na quarta-feira para eleger seu presidente.

O cargo está vago desde o ano passado, quando o então presidente, senador João Alberto (PMDB-MA), se licenciou do Senado. Pelo regimento da Casa, cabe ao presidente do conselho decidir se abre processo contra Demóstenes –por isso o caso fica parado até que a vaga seja preenchida.

“Precisamos de uma decisão célere sobre essa questão. Daria para reunir o conselho na quarta-feira perfeitamente, mesmo com o feriadão. O Senado tem que ter gestos, tem que dar o exemplo, deixar claro que não encoberta malfeitos”, disse Randolfe.

Líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR) também cobro celeridade nas investigações ao afirmar que “entre qualquer senador e a instituição, deve prevalecer a instituição”. “Discordo da atitude protelatória. Marcar para depois da Semana Santa é perder uma semana, deveríamos ter o conselho reunido amanhã”, afirmou Dias.

RENÚNCIA

Randolfe quer que Demóstenes renuncie ao seu mandato o mais rápido possível. “Pela biografia e pelo que ele construiu na política, seria a atitude mais digna.”

Da tribuna do Senado, os senadores Ana Amélia (PP-RS), Eduardo Suplicy (PT-SP) e Roberto Requião (PMDB-PR) cobraram respostas do Senado no caso Demóstenes. Ana Amélia disse que o Senado sairá fortalecido “quanto mais rápidas as suas instâncias reagirem ao caso”.

“As cenas de deboche aos políticos brasileiros em programas de humor na televisão podem ser criativas e até bem engraçadas, mas são muito tristes quando se analisa que a ética virou uma piada nacional”, afirmou a senadora.

Para Requião, o Senado precisa tomar uma atitude “firme” para dar respostas à sociedade diante das denúncias claras contra Demóstenes. “É preciso que se diga que o senador Demóstenes era respeitado como um guerreiro da moralidade no plenário do Senado Federal. Essa decepção, esse constrangimento, têm de ser superados. Temos de passar por cima dos constrangimentos pessoas, de varrer todo o laivo de corporativismo que possa ter o Senado da República.”

Suplicy disse, por sua vez, que Demóstenes deve se explicar à Casa. Mas admitiu que as denúncias contra o parlamentar são graves.

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