Joaquim Haickel se despede do Parlamento Estadual

 

 

Waldirene Oliveira
Agência Assembleia

Com um discurso emocionado, o deputado Joaquim Haickel (PMDB) despediu-se do parlamento, na sessão desta quarta-feira (15), fazendo um balanço dos seus 28 anos de vida pública. Ele ratificou a decisão de não disputar a reeleição este ano e foi saudado pela maioria dos parlamentares presentes no plenário da Assembleia Legislativa.

“Despeço-me desse mandato que muito possivelmente poderá ser o último que exercerei nessa Augusta corte legislativa. A menos que mude a forma de se fazer as eleições em nosso estado, a menos que se mude a legislação eleitoral de nosso país, não pretendo mais me candidatar a mandato eletivo direto, salvo no caso de tentar representar o meu partido, o PMDB, o nosso estado e o nosso país, no Parlamento do Mercosul”, declarou.

Joaquim Haickel disse que iniciou sua trajetória na Assembleia aos 18 anos, em 1978, como assessor, cargo que exerceu até 1979, ano em que o pai Nagib Haickel assumiu mandato de deputado federal e a família foi morar em Brasília.

De volta ao Maranhão, atuou no governo João Castelo e continuou a vivência política com líderes como Henrique de La Roque, Clodomir Milet, Alexandre Costa, Pedro Neiva de Santana, Nunes Freire, Ivar Saldanha e José Sarney.

Um dos destaques do discurso de Joaquim Haickel foi a legislatura de 1983 a 1987, da qual disse ter orgulho de participar como o mais jovem deputado estadual de todo Brasil. “Se no meu primeiro mandato fui logo fazendo mestrado, o seguinte me valeu como doutorado. Ter sido deputado federal constituinte e participado da discussão, elaboração e votação de nossa Carta constitucional foi o mesmo que ter frequentado os bancos da mais prestigiosa universidade do planeta. Lá não tive apenas colegas, tive professores, pois muitos deles eram autores de livros nos quais estudei, como Afonso Arinos de Melo Franco e Florestan Fernandes”, ressaltou o peemedebista, citando outros colegas de parlamento, entre eles Aécio Neves, Michel Temer, Nelson Jobim, Fernando Henrique Cardoso e Lula.

Ele disse que deixou de ser candidato em 1991 porque queria ajudar o pai a realizar o sonho de ser presidente da Assembleia Legislativa, cargo que exerceu por sete meses, até o seu falecimento. Agora, ele admitiu que sentirá falta do plenário, da tribuna, das bancadas, do convívio com os colegas deputados, com os funcionários, do bate-papo com os jornalistas, dos debates acalorados e das discussões de temas importantes para o estado.

O deputado disse ter cumprido sua missão como parlamentar, atuando como membro titular das duas mais importantes comissões permanentes da Casa (a de Constituição e Justiça e a de Orçamento e Finanças), presidindo as mais importantes comissões especiais dessa legislatura (uma que adequou a Constituição Estadual e outra que reformou o Regimento Interno da Assembleia); e apresentando importantes requerimentos, indicações, projetos de resolução e de lei, entre os quais os que implantam no Maranhão o incentivo à cultura e ao esporte.

“Nesses vinte e oito anos de vida pública, tentei fazer com que, se não todo o povo de meu estado, pelo menos aqueles que me confiaram a procuração de representá-lo, pudessem se orgulhar de mim, de meu trabalho, de minhas ações”, declarou.

Joaquim Haickel finalizou seu discurso agradecendo aos prefeitos, vereadores, líderes políticos, cabos eleitorais, líderes comunitários, pessoas do povo que em algum momento estiveram com ele nos municípios que contribuíam para as suas eleições com uma grande votação, como São Domingos ou Primeira Cruz, e naqueles onde obteve poucos votos, como Icatú ou Guimarães.

“O político verdadeiro, aquele que faz política por convicção, por idealismo, nunca deixa a política. E como acredito que eu seja um dessa espécie, que parece estar em extinção, garanto que não vou sair da política, apenas não exercerei mandato eletivo. Agradeço a todos a confiança em mim depositada. Sempre procurei fazer o melhor em defesa dos interesses do povo maranhense”, concluiu ele.

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