Hoje é dia de…

O reitor Natalino Salgado

Adespeito de encontrar-se no pleno exercício do Reitorado mais dinâmico e frutuoso de quantos até hoje teve a Universidade Federal do Maranhão, o atual Reitor, Professor Doutor Natalino Salgado Filho, vem de enfrentar, por inusitado e até absurdo que pareça, uma das mais sórdidas e despropositadas agressões já perpetradas no âmbito dessa instituição ainda de tenra idade e de importância menor, mesmo quando comparada com suas congêneres nacionais. E note-se que estas, lamentavelmente, por sua vez, não ocupam nenhum lugar destacado no conjunto de grandes, não direi, que seria exagero em demasia, mas das boas, das razoáveis universidades do mundo.

Um bom e honesto objetivo a seguir e perseguir, com muitas possibilidades de sucesso, seria a luta diuturna para fazer ombrear a nossa querida UFMA com as boas, e até mesmo com as melhores universidades nacionais. Afinal de contas, habitamos a galáxia Brasilis, e não outra.

O grande problema é saber quais caminhos tomar para atingir tais fins. Como a marcha das grandes jornadas começa com o passo inicial e prossegue à medida em que não sofra soluções de continuidade, o leque de oportunidades que não devem ser desperdiçadas se oferece ao engrandecimento e consolidação institucional da Universidade Federal do Maranhão, entidade que precisa ter clareza quanto ao papel que lhe cabe exercer em nossa comunidade.

Uma universidade é, por definição, um organismo destinado a atuar no meio em que se insere, de modo proativo e obrigatoriamente superior. Universidade promotora de atos de intolerância que beiram à barbárie, será tudo, menos universidade.

Não quero parecer alguém com pretensões de ministrar lições a quem quer que seja, pois apesar do tratamento que se me pespegou, por causa do cursinho pré-vestibular que mantive por alguns anos com meu amigo e confrade José Chagas, não sou nem jamais fui professor. Ressalvo que se o fosse, teria grande orgulho de sê-lo, pelo grande respeito que cultivo por essa nobre missão, que não se limita apenas ao ato de dar aulas, ato não raras vezes praticado burocrática, quando não burrocraticamente.

Porque o professor dotado da plena consciência de suas funções, não ignora jamais que a plenitude dessa alta e nobre missão compreende, necessariamente, o papel de educador, indissoluvelmente imbricado com o ato de ministrar aulas.

Daí se haverá de necessariamente concluir que um professor que igualmente se preze e que preze a instituição a que pertence, jamais incorrerá na falta de compostura de açular jovens alunos seus à prática de cafajestadas como a que consistiu em irem à porta do imóvel particular em que residem o reitor Natalino Salgado Filho e seu familiares, e ali proferirem agressões verbais que não condizem com procedimento minimamente civilizado.

Noutra frente de impertinências inadmissíveis, estudantes acolitados por professores que não têm respeito de nem por si mesmos nem pelos demais, interromperam abusiva e ilegalmente no trânsito público na barragem do Bacanga, a pretexto de manifestarem insatisfação com demandas gestadas no interior do campus Universitário da UFMA.

Sabe-se que o direito à livre manifestação é uma das conquistas da democracia. E direito inalienável, a ser exercido em toda sua plenitude, sob pena de grave prejuízo à vida democrática. Acontece, porém, que um princípio que de todos não deve ser ignorado estabelece que meu direito vai até onde começa o de meu semelhante.

É fácil, à vista do exposto, concluir que a pretexto de exercer o direito de livre manifestação, professores e estudantes deixaram frontalmente malferido o direito igualmente democrático de outros, que consiste no direito de ir e vir livremente.

Esses abusos, porque altamente afrontosos à dignidade da pessoa humana, custa crer que hajam sido praticados com a participação direta e ostensiva de uma parcela (ínfima que seja, numericamente falando), da comunidade universitária, tida e havida como de nível superior. Superior em quê? Ou a quê?

A verdade dos fatos, que se oculta nas rodobras de uma cortina de fumaça e despistamento mal dissimulado, é que, com a proximidade das eleições internas da UFMA e também com a aproximação dos grandes pleitos eleitorais de onde sairão os novos mandatários do Legislativo e do Executivo estadual e federal, as vivandeiras de plantão aprestam-se para entrar em atividade.

Nesse contexto, partidos de opereta, que conspurcam e aviltam nossa vida política mediante expedientes de politicalha; simulacros de agremiações partidárias, tão esquálidas na compleição eleitoral, tudo fazem para atingir e balburdiar a mais operosa e respeitável administração de quantas já teve nossa jovem Universidade, que necessita, dramaticamente, de não sofrer retrocessos na sua caminhada em busca da excelência longínqua ainda, mas passível de ser alcançada, desde que obstáculos não se interponham no longo percurso a cumprir.

Jomar Moraes

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