Se a eleição para a presidência da Famem fosse agora e houvesse disputa, o prefeito eleito de Bacabal, deputado estadual Roberto Costa (MDB), seria eleito com vantagem suficiente para assumir o comando da entidade com elevado grau de representatividade. É essa a avaliação dominante no meio político, que vem ganhando forma desde que o futuro chefe da máquina administrativa bacabalense se lançou candidato e, de cara, recebeu o apoio do governador Carlos Brandão (PSB), do comando do MDB e da presidente da Assembleia Legislativa, deputada Iracema Vale (PSB). A vantagem prevista agora, que poderá resultar num processo em que ele venha a ser candidato único, é a soma de vários fatores, a começar pelo fato de Roberto Costa ser um político hábil e articulador experiente, e respeitado no meio, por ser ele membro destacado da base governista e representar um município de peso no cenário estadual.
Na avaliação que prepondera nas conversas políticas, o prefeito eleito Roberto Costa seria eleito com folga até mesmo se o prefeito reeleito de Cantanhede, José Martinho, que é seu “colega” de partido, mantivesse o projeto torto de chegar à presidência da entidade rompendo a unidade emedebista. Isso porque, até onde se sabe, o comando do MDB apoia incondicionalmente o prefeito eleito de Bacabal.
Não será nenhuma surpresa se até janeiro, numa data ainda a ser definida, a eleição da Famem seja realizada por aclamação, ou seja, com candidato único, no caso o prefeito eleito de Bacabal, que assumirá no primeiro dia do primeiro mês de 2025. É esse o propósito do próprio candidato emedebista, embalado pelo argumento segundo o qual, por ser uma entidade corporativa, que representa os interesses dos 217 municípios maranhenses – embora nem todos os municípios sejam filiados -, a Famem tem de agir por consensos. E esse modus operandi só é possível se o comandante da corporação for bem articulado e amplamente respaldado pelos filiados.
A presidência de um bom articulador é uma necessidade imperativa da Famem nos dias atuais. Os municípios, principalmente os médios e pequenos, enfrentam enormes dificuldades cuja solução está, via de regra, nos governos estaduais e no Governo Federal. E como se trata de problemas comuns – saneamento básico, serviços de saúde, programas sociais e temas de natureza fiscal -, os prefeitos simplesmente não conseguem resolve-los individualmente. Daí a necessidade de um porta-voz credenciado, que conheça o caminho das pedras, com capacidade de construir a unidade entre os filiados e de atuar como porta-voz das suas demandas onde se fizer necessário.
Sem nenhum demérito aos prefeitos que manifestaram intenção de concorrer à presidência – José Martinho (Cantanhede) e Dulcilene Belezinha (Chapadinha), entre outros -, o prefeito eleito de Bacabal está credenciado para comandar a entidade e representa-la em qualquer fórum, seja no âmbito estadual ou no federal. Roberto Costa tem interlocução sem reservas com o governador Carlos Brandão e com todos os setores do Governo do Estado, e conhece as entranhas da máquina federal. Isso sem contar o fato de que tem intimidade com a cúpula nacional do MDB e boa interlocução com o PT, que pode funcionar também como porta de acesso ao plano federal.
Ao receber, ontem, o apoio de prefeitos do PDT, capitaneados pelo atual prefeito de Igarapé Grande, Erlânio Xavier, que além de ser ex-presidente da Famem é o principal porta-voz do presidente estadual do partido, senador Weverton Rocha. Articulado pelo presidente do MDB, Marcus Brandão, o movimento dos prefeitos eleitos do PDT na direção da candidatura der Roberto Costa é uma demonstração de que ele pode, sim, com o apoio do governador Carlos Brandão, construir a unidade dos novos membros da Famem em torno da sua candidatura.
Vale lembrar que eleição de presidente da Famem por consenso não é nenhuma novidade. O atual presidente, Ivo Rezende (PSB), prefeito de São Mateus, que não tem a estatura política de Roberto Costa, por exemplo, foi eleito por aclamação.
Blog do Ribamar Correa