Empreiteiro diz a Eliziane que diretores da Petrobras cobravam repasses de forma coercitiva‏

O presidente da Camargo Correa, Dalton Avancini, afirmou nesta quarta-feira (20) que os diretores da Petrobras pressionavam as empresas que mantinha contratos com a estatal a manter em dia o pagamento da propina naqueles contratos que haviam sido fechados na base do suborno.

A declaração foi dada em resposta a pergunta feita pela deputada Eliziane Gama (PPS-MA), durante oitiva realizada pela CPI da Petrobras na Câmara. Avancini é réu na Lava Jato, chegou a ser preso pela Polícia Federal e aguarda julgamento em prisão domiciliar.

“Os diretores cobravam os repasses das empresas de forma coercitiva? Que tipo de coerção?”, questionou a deputada do PPS.

O empresário disse que havia muita pressão para manter o esquema de pagamentos ilícitos em dia.

“(Havia) todo tipo de coerção, à medida que você tinha vários contratos em andamento, qualquer atraso num aditivo, por exemplo, trazia danos pesados para as empresas. Eram sinais de que eles estavam forçando e queriam receber”, revelou Dalton Avancini.

Obra suntuosa

Eliziane também perguntou ao empreiteiro, cuja empresa participou do consórcio para a construção da sede da Petrobras em Vitória, no Espírito Santo, sobre por que a obra custou seis vezes do valor originalmente previsto. O edifício, orçado em R$ 90 milhões, foi entregue em 2011 por R$ 580 milhões.

“Houve pagamento de suborno neste contrato?”, indagou a deputada do PPS.

Avancini disse não ter conhecimento sobre um suposto esquema de propina para realização do empreendimento. Disse que quando assumiu o contrato o projeto já estava em andamento, mas admitiu que o prédio poderia ter sido construído de forma mais modesta.

“Foi uma sede de uma estatal que tinha toda uma característica arquitetônica, de acabamentos, com vidros importados, ar condicionado com sistema diferente do usual. São despesas que poderiam ter sido evitadas. E o contrato sofreu todo tipo de alteração”, disse o depoente.

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