Fabio Câmara acusa prefeito de barrar CPI dos Transportes

O vereador Fábio Câmara (PMDB), líder da oposição no Parlamento Municipal, acusou durante pronunciamento nesta terça-feira (17), o prefeito Edivaldo de Holanda Júnior (PTC), de passar o “rolo compressor” na CPI dos Transportes para evitar as investigações nos contratos entre a Prefeitura de São Luís e as empresas que detêm concessão pública para explorar o sistema de transporte público da capital.

“Todo dia ouvimos reclamações da população em relação ao sistema de transporte e, quando os vereadores obtêm assinaturas para investigar o setor, a Prefeitura fez a Câmara Municipal voltar atrás desta decisão que contou com o apoio de treze parlamentares. Quem colocou um ponto final na CPI dos Transportes foi o prefeito de São Luís. Ele não permitiu, pelas vias diretas e indiretas, que o povo da cidade soubesse ou entendesse como funciona o sistema de transportes coletivos da capital e fez o pior tipo de intervenção possível”, disse.

A CPI foi apresentada pelo vereador Antonio Marcos, o Marquinhos (PRB), em resposta a declarações da direção do Sindicato das Empresas de Transportes (SET), que teria declarou falência no setor.

Segundo Fábio Câmara, o prefeito além de desmoralizar a base do governo na Casa, não demonstrou que não confia nem nos próprios aliados. “O prefeito permitiu que aliados seus assinassem a CPI e depois os orientou a retirarem as suas assinaturas do requerimento de instalação do colegiado. O próprio vereador Marquinhos, propositor da CPI, declarou que a mesma não tinha a intenção de perseguir o prefeito ou a prefeitura e, sim, só queria ajudar o prefeito a se livrar dos ataques dos empresários que insistem na concessão de um aumento de passagens”, afirmou.

CRÍTICAS

Segundo o líder da oposição, a Câmara Municipal se diminuiu um pouco mais hoje enquanto Poder. “Quando uma vereadora como Rose Sales, que fez total oposição ao Castelo e que cresceu na sua votação por agir com firmeza e sempre em favor do povo e a favor da plena transparência, retira a sua assinatura pró-instalação da CPI, a Câmara regride na medida em que podemos ver claramente duas Roses Sales: uma como oposição, contra o prefeito e em favor do povo. A mesma que assinou o requerimento na semana passada aprovando a instauração da CPI; E a outra como situação, a favor do prefeito, contra a transparência. Essa é a Rose que retirou a sua assinatura do pedido de CPI”, declarou.

Durante o pronunciamento, o peemedebista levantou outra questão que, segundo ele, não poderia passar em branco: a suspeição que o próprio prefeito levantou sobre si ao intervir no processo de instalação da CPI.

“O Ministério Público, através de um Termo de Ajuste de Condutas – TAC, exige uma auditoria no Sistema Municipal de Trânsito e Transportes. Entra secretário e sai secretário – em nove meses já são três – e nada de auditoria! Agora foi a Câmara de Vereadores que tentou abrir a caixa preta e, mais uma vez, o prefeito intervém! Disso tudo, é mais do que plausível a questão: o que o prefeito e a atual gestão têm tanto a esconder da justiça e da população?”, questionou

O vereador disse que o tema sobre o transporte não acaba com a não instalação da CPI. “Eu não sei quanto ao vereador Marquinhos ou quanto à Câmara, porém, eu [Fábio Câmara], na qualidade de vereador dessa cidade e como presidente da Comissão de Transportes do Poder Legislativo Municipal, vou suscitar esse e outros questionamentos pelas vias legais”, prometeu.

Outros vereadores apoiaram a fala de Câmara, reforçando a cobrança pela investigação no setor através da Justiça. “Já que esta Casa não vai fazer nada para investigar, nós mesmos temos que agir nesse sentido de levar o caso à Justiça”, disse Marlon Garcia (PTdoB).

 

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