Mais desgaste: Prefeitura manobra para evitar CPI dos Transportes

Blog do Gilberto Léda 

Ponto mais fraco da administração do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PTC), a gestão dos transportes públicos está prestes a começar a ser investigada pela Câmara Municipal de São Luís, com a instalação de uma CPI para analisar mais detidamente os contratos entre a administração municipal e as empresas que prestam serviço de transporte coletivo.

O Palácio de La Ravardière, no entanto, tem mobilizado esforços para evitar a instalação. Ontem (16), por exemplo, a base aliada ao prefeito tratou de esvaziar a sessão para que o líder do governo municipal, Honorato Fernandes (PT), conseguisse que pelo menos dois vereadores ligados a Edivaldo Júnior desistisse da participação na comissão.

Entre os governistas que assinaram a CPI dos Transportes estão Edmilson Jansen, que pertence ao mesmo partido do prefeito; Rose Sales, que é o PCdoB, um dos principais aliados do prefeito; e Roberto Rocha Júnior, do PSB, outra legenda que participou da candidatura do petecista em 2012 e filho do vice-prefeito Roberto Rocha.

Desses três, dois assinaram no último momento o requerimento para a criação da CPI. Rose Sales e Roberto Rocha Júnior completaram a lista de adesão necessária para protocolar a comissão. E são essas assinaturas que o líder do governo, Honorato Fernandes, tenta que sejam retiradas para evitar a investigação dos vereadores.

O líder governista já havia conseguido barrar a instalação da comissão de investigação com a retirada da assinatura do vereador Professor Lisboa (PCdoB), que tinha assinado a CPI, e depois decidiu retirar a assinatura alegando que precisava ouvir o posicionamento do secretário municipal de Trânsito e Transportes, Carlos Rogério Araújo, antes de decidir investigar o sistema de transporte.

O autor da proposta, vereador Marquinhos (PRB), diz que há uma articulação para barrar a CPI dos Transportes, mas garante que não desistirá da instalação da comissão. “Sei que a prefeitura trabalha para evitar a instalação da CPI, mas garanto que não vou recuar. Amanhã (hoje) deverá ter sessão e o requerimento que protocolei será lido e oficializada a instalação da comissão”, afirmou Silva.

O líder Honorato Fernandes nega que haja qualquer articulação para barrar a instalação da CPI. Segundo ele, não há uma orientação da prefeitura sobre a abertura da comissão que quer investigar o sistema de transportes.

“Não houve orientação para barrar a CPI. Há, na verdade, posicionamentos de cada vereador. Tanto que assinaram a CPI vereadores ligados ao prefeito como Rose Sales e Bárbara Soeiro. Meu posicionamento é diferente e por isso não assinei. Acredito ser desnecessária porque uma auditoria já está sendo realizada pela prefeitura. Logo teremos detalhes sobre o sistema”, disse Fernandes.

Em sua página pessoal no Facebook, o vereador Fábio Câmara (PMDB) também comentou a manobra. “Hoje [ontem], além de manobrar para adiar a realização da sessão de instalação da CPI, que já teve seu requerimento lido em plenário, o Palácio La Ravardière usa sua força e, ainda à noite, tentou uma articulação para conseguir a retirada em bloco de assinaturas de vereadores da base do governo que assinaram o requerimento”, escreveu.

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