André Fufuca destaca necessidade de médicos no interior do país

Agência Assembleia  

O deputado André Fufuca (PSD), em pronunciamento feito na sessão desta segunda-feira (13), afirmou que a carência de médicos nos municípios do interior do país se deve à falta de investimentos na área da saúde. Ele criticou ainda a vinda de médicos cubanos residentes para suprir a falta de profissionais.

O deputado destacou que, dos cerca de sete mil médicos cubanos residentes e que passaram pela revalidação do diploma, 50% se encontra no Estado de São Paulo. André Fufuca afirmou ainda que, dentre os milhares de médicos que passam na revalidação, grande parte vai trabalhar nos grandes centros urbanos. “Não será apenas trazê-los aqui que os fará ir em direção a esses municípios; o que tem que haver é incentivo para que eles possam trabalhar com dignidade”, declarou.

De acordo com os números citados pelo parlamentar, o Brasil forma aproximadamente 15 mil médicos por ano, totalizando cerca de 400 mil médicos no país; é o segundo país no planeta em formação de médicos. O Maranhão tem um número pequeno de médicos por habitantes: possui em torno de 7.800 médicos com CRM e uma população de seis milhões e 800 mil.

Por outro lado, ele afirmou que essa situação já está ganhando uma nova forma, graças aos investimentos do governo na área da saúde. “Onde houve a construção dos hospitais, houve o aumento do número de médicos por habitantes. Então, isso é uma prova de que o investimento na área da saúde acaba por chamar o médico. Eu não sou contra a vinda de médicos cubanos ou de outro país, mas desde que venha com a revalidação.O que não se pode fazer é rasgar a nossa Constituição”, afirmou André Fufuca.

O parlamentar ressaltou que o governo do Estado do Maranhão vem demonstrando que onde se abre um hospital há um aumento de fluxo de médicos. “Os médicos que antes iam para fora do Maranhão hoje estão voltando para a sua terra porque há investimento. O Governo Federal deve fazer o mesmo; investir no nosso país e não trazer de fora”, opinou André Fufuca.

APARTES

Em apartes, os deputados Cleide Coutinho (PSB), Dr. Pádua (PSD), Magno Bacelar (PV), Rubens pereira Júnior (PC do B), Carlos Alberto Milhomem (PSD), Fábio Braga (PMDB), Bira do Pindaré (PT) e Valéria Macêdo (PDT), elogiaram o pronunciamento, e, seguindo a mesma linha, destacaram que tem que haver investimentos no setor da saúde, principalmente, por parte do Governo Federal.

“O que nós queremos é trazer quantidade com qualidade. Não adianta nós trazermos médicos de outro país sem a devida revalidação”, disse Cleide Coutinho, lembrando da contratação de médicos cubanos  feita pelo então prefeito de Caxias Paulo Marinho. “Quando eu entrei na Secretária de Saúde de Caxias, tive que pagar a passagem para quem queria voltar, porque eles não tinham nem o que comer, mas os que ficaram fizeram a revalidação, eles estão trabalhando e são profissionais de respeito”, exemplificou Cleide Coutinho.

Já o Dr. Pádua disse ser contra essas contratações. “Isso mostra a incompetência de uma boa administração das universidades. Eu acredito que são anos e anos de uma política equivocada onde não há um incentivo para a fixação do médico no interior, como acontece hoje com o Judiciário”, disse o parlamentar.

O deputado Magno Bacelar também falou da necessidade do Governo Federal abrir mais universidades no país. “Nós temos que abrir muito mais escolas de medicina, com condições para que as pessoas, ao se formarem, possam trabalhar com dignidade”, disse, destacando os investimentos que vêm sendo feitos pelo Governo do Maranhão na área da Saúde, a exemplo das UPAs.

Rubens Pereira Júnior destacou que o Maranhão novamente tem a pior avaliação de índices, dessa vez na relação entre habitantes e número de médicos. “Isso está ligado diretamente com um serviço de péssima qualidade, porque se temos poucos médicos, como eles podem fazer um bom serviço? É humanamente impossível”, avaliou.

“Eu não entendo muito do assunto, apenas sinto quando procuro um hospital. O que nós temos visto é que falta capacidade de gerenciamento; que existe uma escassez de recursos, e mesmo esses poucos recursos que existem são desviados. Então, o que precisa realmente é uma moralização de tudo e pedir que funcione”, enfatizou Carlos Alberto Milhomem.

Já o deputado Fábio Braga disse que o que está em jogo não é só a vinda dos cubanos para esse momento, o que está em jogo é o futuro. “Não se pode imaginar que se trazendo aí meia dúzia ou até seis mil cubanos vá se revolver todos os problemas”, disse.

Valéria Macêdo e Bira do Pindaré também disseram que tem que haver uma política de incentivo, com a abertura das faculdades de medicina e de concurso público.  Bira do Pindaré sugeriu a realização de uma audiência pública para se discutir o assunto.

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