Júnior do Mojó revela proposta para incriminar Cutrim e Alberto Franco

Damasceno, em pé, e Mojó, de costas, em um dos interrogatórios (Foto: Biné Morais/O Estado)

Exclusivo do blog do Gilberto Léda 

O ex-vereador e corretor de imóveis Júnior do Mojó, acusado de mandar matar o empresário Marggion Lanyere Ferreiria Andrade no ano passado, e de comandar uma quadrilha especializada na grilagem de terras na ilha de São Luís, fez uma grave denúncia ao prestar depoimento, em novembro, à juíza Lívia Maria das Graças Aguiar, titular da 1ª Vara de São José de Ribamar.

Segundo ele (veja nos dois vídeos abaixo), o delegado que preside a comissão de combate à grilagem, Carlos Alberto Damasceno, ofereceu o benefício da delação premiada para que o deputado estadual Raimundo Cutrim (PSD) e o secretário de Estado de Assuntos Estratégicos, Alberto Franco (PMDB) fossem citados em depoimento pelo denunciado como membros do esquema.

“Agora, por último, eles vieram dizer que queriam me dar uma delação, pra mim falar do seu Cutrim, pra mim falar do seu Alberto Franco. Como é que eu vou falar do seu Cutrim, do seu Alberto Franco, se eu nunca fiz negócio com nenhum dos dois? [sic!]“, relatou, referindo-se, mais à frente, nominalmente ao “delegado Damasceno”.

O delegado Damasceno foi procurado pelo titular do blog para comentar o assunto, mas não se pronunciou até agora. O secretário-adjunto de Segurança, Laércio Costa, disse que Mojó mentiu em depoimento e que isso é estratégia de defesa. Segundo ele, o fato de o acusado de comandar uma quadrilha de grilagem de terras ser também apontado como mandante de um crime de homicídio impede o oferecimento do benefício.

“Em nenhum momento nós oferecemos delação premiada a Júnior do Mojó e Elias Orlando. Até porque ele são os principais acusados de mandar matar o Marggion e, nesses casos, não se oferece esse benefício”, destacou.

Ajuda

Raimundo Cutrim e Alberto Franco foram, de fato, indiciados no processo de grilagem (veja aqui) e, posteriormente, denunciados à Justiça (aqui). Mojó, no entanto, reforça em outro momento do interrogatório quais as vantagens que ele teria se incriminasse os dois.

“Como é que você quer vir me dar um proposta dessa, de fazer delação premiada, pra mim entregar pessoas que eu não sei? Ele disse: ‘não, porque eu vou te ajudar lá. Eu vou falar com não sei quem para tirar as preventivas’ [sic!]“, denunciou, lembrando o que teria dito Damasceno.

Ainda de acordo com Mojó, ele só conhecia os Cutrim e Franco “de política, de palanque”. “Na época em que o Alberto Franco ficou como interventor, eu nunca piei nesse cartório. Eu não estava mexendo com imóvel nessa época”, concluiu.

Veja os videos aqui 

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