Ex-prefeito denuncia ameaças de agiotagem

Banga conta detalhes da ameaça de agiota por conta de uma dívida de R$200mil
Banga conta detalhes da ameaça de agiota por conta de uma dívida de R$200mil

“Estou desabafando”. Esta foi uma das declarações ditas pelo ex-prefeito de Serrano do Maranhão, Vagno Pereira, “Banga”, do PTdoB, à Rádio Mirante AM, nesta sexta(03) pela manhã. Ele ainda afirmou que foi ameaçado pelo agiota Gláucio Alencar, um dos mandantes da morte do jornalista e blogueiro Décio Sá, e que a sua prisão durante a “Operação Rapina”, comanda pelo delegado federal Pedro Meireles, no dia 19 de março de 2010, foi conseqüência de não ter efetuado o pagamento de uma dívida de R$ 200 mil contraída pelo prefeito cassado, Leocádio Olímpio Rodrigues (PDT), com a quadrilha de agiotas durante o período da campanha eleitoral de 2008.
Segundo Banga, todo o martírio na sua carreira política teve início após ter assumido de fato a cadeira de prefeito de Serrano do Maranhão, ou seja, após o afastamento do ex-prefeito Leocádio Olímpio, em abril de 2009, por improbidade administrativa. Logo no início da sua gestão, ele recebeu ligações de Gláucio Alencar convidando o para um encontro, que deveria ocorrer em São Luís.

Durante o encontro no restaurante Picuí Tábua de Carne, na Cohama, o agiota Gláucio Alencar afirmou que o prefeito cassado tinha um débito no valor de R$ 200 mil e que essa dívida deveria ser paga pelo novo gestor da cidade. Banga teria dito a Gláucio que não estava ciente desse débito, e muito menos poderia assumir uma conta oriunda de campanha do prefeito anterior. Também chegou a dizer ao agiota que, no momento, não tinha folhas de cheque da prefeitura.

Para a surpresa do gestor, Gláucio Alencar anunciou que tinha mais de 20 folhas de cheque em branco da prefeitura dentro do carro e faltava apenas assinatura do novo prefeito, no caso, de Banga. O agiota deixou o restaurante declarando que essa conta iria ser paga de qualquer maneira.

Para Vagno Pereira, a sua prisão durante a “Operação Rapina” foi resultado de uma armação feita entre Gláucio Alencar e o delegado da Polícia Federal Pedro Meireles. Ele foi detido no dia 19 de abril de 2010, sem ordem judicial e estava em uma estrada vicinal de Serrano do Maranhão em companhia de uma filha, que na época, tinha apenas 5 anos. A acusação era de saques milionários de recursos municipais na boca do caixa. Um dos saques teria sido feito no Banco do Brasil no valor de R$ 10 mil, em Cururupu. De acordo com a polícia, à época, essa operação foi montada exclusivamente para apurar o desvio de recursos públicos em Serrano do Maranhão. A PF apurou desvio de R$ 3,1 milhões em apenas seis meses, valor que corresponde a 96,55% de todo o recurso de 12 programas federais em execução naquela cidade.

Gláucio Alencar Pontes é acusado de ser um dos mandantes da morte do jornalista
Gláucio Alencar Pontes é acusado de ser um dos mandantes da morte do jornalista

Armação a vista
“A quadrilha comandada por Gláucio armou a minha prisão para que Hermínio Filho assumisse o poder da prefeitura e consequentemente houvesse o pagamento da dívida de R$ 200 mil”, disse Banga, no decorrer da entrevista à rádio AM. Ele também falou que o advogado do Hermínio Filho, presidente da Câmara Municipal, na época, era Ronaldo Ribeiro, o mesmo que advoga, agora, para Gláucio Alencar e que o candidato dele é o deputado estadual Raimundo Cutrim. Atualmente, a cidade está sendo administrada por Uanis Rocha Rodrigues (PDT), filho do prefeito Leocádio Olímpio, cassado em 2009.

Banga frisou que se dispõe a depor a qualquer momento para a Comissão de Delegados que está investigando os crimes de agiotagem no Maranhão. “Sou um homem de bem e quero ficar cara a cara com o Gláucio para falar toda a verdade”.
Roberto Larrat, um dos delegados que faz parte da comissão, disse que caso for preciso Vagno Pereira vai ser chamado para prestar depoimento na Seic, no Bairro de Fátima. Também falou que as investigações sobre o crime de agiotagem agora que deram início e até o momento mais de sete pessoas já foram ouvidas e muitos documentos precisam ser analisados de forma criteriosa. “Não iremos descartar nenhum tipo de informações, mas, precisam ser vistas com um determinado cuidado e cautela”, afirma o delegado Larrat.

A equipe de O Imparcial entrou em contato com a Prefeitura de Serrano do Maranhão pelo telefone (98) ****-1189, mas, não obteve nenhuma resposta. Também tentou falar com o delegado federal Pedro Meireles via telefone, porém, não teve sucesso.

O imparcial.com

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