CCJ analisa nesta quarta legalidade de processo contra Demóstenes

G1.com

A Comissão de Constituição e Justiça do Senado analisa nesta quarta-feira (4) pela manhã a legalidade do processo disciplinar em curso contra o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), que corre risco de perder o mandato pela ligação com o bicheiro Carlinhos Cachoeira. A sessão está marcada para começar às 10h.

A apreciação pela CCJ é o penúltimo passo para a cassação, que será decidida em votação secreta no próximo dia 11 pelo plenário da Casa. Nesta terça, o presidente da CCJ, Eunício Oliveira (PMDB-CE), afirmou que Demóstenes terá, novamente, o direito de usar a palavra  na sessão para se defender.

Demóstenes antes da leitura na tribuna de novo discurso para se defender nesta terça (3), véspera da análise da cassação pelo Conselho de Ética (Foto: Valter Campanato/ABr)
Demóstenes antes da leitura na tribuna de novo discurso para se defender nesta terça (3), véspera da análise da cassação pelo Conselho de Ética (Foto: Valter Campanato/ABr)

Na sessão, a CCJ não irá analisar o mérito, mas os aspectos jurídicos, legais e constitucionais do parecer que recomendou a cassação, aprovado por unanimidade  pelo Conselho de Ética no fim de maio. O relatório da CCJ, a cargo do senador Pedro Taques (PDT-MT), foi entregue na última quinta (28) e diz que o procedimento constitucional foi devidamente cumprido, respeitando o contraditório e a ampla defesa.

Antes da votação no Conselho, a defesa de Demóstenes questionou a legalidade das provas, sob a tese de que as gravações deveriam ter sido autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal. Alegou também que elas foram adulteradas. O Conselho, no entanto, indeferiu pedido para perícias nos áudios. O relator do caso, senador Humberto Costa (PT-PE), justificou afirmou que o processo era político.

No parecer da CCJ, Taques diz que o Conselho de Ética “se preocupou em interpretar as normas da forma mais favorável ao representado, nunca negando a palavra a ele ou ao seu procurador, mesmo quando os dispositivos regimentais não previam essa possibilidade de forma expressa”.

Discursos
A pouco mais de uma semana para a definição de seu futuro, Demóstenes resolveu usar o plenário do Senado para se defender em discursos. Prometeu fazer apelos do alto da tribuna diariamente até a votação final, no dia 11.

Na segunda, pediu perdão aos colegas senadores que o defenderam no passado e reiterou que mantinha apenas relação de amizade com Cachoeira. “Aproveito para me desculpar com os senhores e senhoras senadores que tinham em mim uma imagem que se dissipou nestes 125 dias. Não tive a oportunidade de falar e quando tive, tive vergonha”, disse o senador.

Nesta terça, em novo discurso, se concentrou em reiterar que as gravações da Polícia Federal que o associam a Cachoeira são ilegais e foram objeto de interpretação errônea dos investigadores. “Para me investigar irregularmente, foram usadas tecnologias de ponta. Para me punir, estão sendo usados métodos medievais […] Desde o início, atesto minha inocência, e peço cuidado com o conteúdo das escutas”, disse.

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