Convocados não comparecem para depor na CPI do Cachoeira

Folha.com

Nenhum dos quatro convocados para prestar depoimento na CPI do Cachoeira compareceu à sessão prevista para esta terça-feira (3).

Conforme mostrou a Folha, até a noite de ontem, a CPI tinha conseguido notificar apenas Ana Cardozo de Lorenzo. Sem dar justificativa, Lorenzo não compareceu à sessão prevista para a manhã desta terça-feira.

Ela é sócia da empresa Serpes Pesquisa de Opinião e Mercado contratada em 2010 pela campanha do atual governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). O pagamento do serviço teria sido feito com dois cheques de R$ 56 mil da Alberto e Pantoja Construções e Transportes, empresa de fachada ligada a Cachoeira que serviria para lavar dinheiro da empreiteira Delta, conforme apontou as investigações da Operação Monte Carlo.

“Foi apresentado um oficio solicitando o não comparecimento, sem motivo. A presidência indeferiu”, disse o presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB). Segundo ele, encaminhará o caso para a secretaria da Comissão para tomar “as devidas providências”.

Também estava previsto o depoimento da sócia da empresa Alberto e Pantoja, Rosely Pantoja da Silva. Agentes da Polícia do Senado, a serviço da CPI, não conseguiram notificá-la. No endereço indicado à CPI, os agentes encontraram apenas o irmão dela, que disse não saber do paradeiro de Rosely há pelo menos dois anos.

Integrante da CPI, o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) pediu a Vital que recorresse à Polícia Federal para tentar encontrar Rosely. O pedido foi aceito.

O terceiro convocado pela CPI era Joaquim Gomes Thomé Neto. Ele é suspeito de atuar como araponga no esquema de Cachoeira. Ao ser notificado, Neto pediu o adiamento da convocação alegando se recuperar de uma cirurgia no coração, realizada na última quarta-feira (27).

Último na lista de depoentes, o ex-presidente do Detran (Departamento Estadual de Trânsito) de Goiás Edivaldo Cardoso de Paula não foi encontrado pela comissão.

No apartamento em que reside, uma funcionária disse aos agentes do Senado que Edivaldo está viajando, mas não informou o destino. Edivaldo, no entanto, comunicou à direção da CPI, pelo telefone, que estaria à disposição dos congressistas na próxima semana.

Ele é citado em escutas feitas pela Polícia Federal discutindo suposto repasse de verbas do governo estadual para uma das empresas de Cachoeira.

Sem definir uma data, o senador Vital do Rêgo disse que todos os depoentes serão reconvocados.

Após o encerramento da sessão, os congressistas seguiram para o gabinete de Vital para tentarem chegar a um acordo para votarem novas convocações na próxima quinta-feira, quando será realizada sessão administrativa.

Entre as demandas de alguns integrantes do colegiado está o depoimento de empreiteiro Fernando Cavendish, dono da Delta, e do ex-diretor do Dnit Luiz Antonio Pagot.

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