Partidos pedem esclarecimentos a Gurgel sobre caso Demóstenes

PT, PDT e PSB protocolaram nesta terça-feira (27) no Ministério Público Federal um pedido de esclarecimentos ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, sobre a demora nas investigações da suposta relação de deputados e senadores com o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira –entre eles o senador Demóstenes Torres (DEM-GO).

A petição encaminhada ao procurador é assinada por senadores dos três partidos. Nela, os parlamentares pedem que Gurgel preste esclarecimentos sobre as medidas já tomadas pela Procuradoria-Geral da República no caso.

O líder do PT no Senado, Walter Pinheiro (BA), disse que tentou reunir-se com o procurador –mas não foi recebido por Gurgel, por isso apenas mandou protocolar o pedido.

“Nós ligamos para fazer um encontro, ele disse que está com a agenda cheia até o final da tarde. Eu não faço questão de encontrar o procurador. O maior descaso dele é não responder o que pedimos há oito dias, que são as informações sobre o caso”, afirmou Pinheiro.

No documento, os senadores criticam a lentidão da PGR nas investigações –que desde 2009 tramitam no órgão. “Instamos Vossa Excelência a que, com as cautelas de estilo, preste os devidos esclarecimentos sobre os expedientes já adotados, as providências em curso e os próximos procedimentos, em face de fatos que precisam ser cabalmente elucidados a respeito do envolvimento de agentes públicos, notadamente parlamentares, com atividades ilegais no segmento de jogos no Estado de Goiás”, diz o documento.

Segundo Pinheiro, a petição é uma “cobrança” a Gurgel para exercer sua função de investigar a Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, que desvendou o esquema comandado por Cachoeira. “Vamos cobrar respostas à nossa petição nas próximas 48 horas. Se não tivermos retorno, estudamos ingressar com representação contra o procurador”, afirmou o líder petista.

CORREGEDOR

O corregedor do Senado, Vital do Rêgo (PMDB-PB), também encaminhou hoje à PGR ofício com o pedido para ter acesso aos documentos das investigações. O corregedor disse que vai analisar o caso Demóstenes depois que receber as informações do procurador.

Rêgo disse que só pode avaliar a possibilidade de abertura de processo contra Demóstenes no Conselho de Ética do Senado depois de receber a documentação. “Pedi à Procuradoria elementos que possam firmar o juízo sobre o caso. A Corregedoria faz parte do Conselho de Ética do Senado e tem suas atividades regradas”, afirmou.

Sobre a possibilidade de abertura de processo contra Demóstenes no Conselho de Ética, Walter Pinheiro disse que o julgamento político só pode ocorrer no Senado depois que os senadores tiverem em mãos informações sobre o caso. “À Justiça cabe julgar o crime. Só podemos fazer o passo seguinte, o julgamento político, se tivermos informações da PGR sobre essa movimentação.”

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.