Após rebelião, Dilma deixa de receber aliados

Da Folha.com

Com novos focos de rebelião na base aliada, a presidente Dilma Rousseff decidiu suspender temporariamente os encontros semanais com as bancadas das legendas que a apoiam no Congresso.

As reuniões tinham sido prometidas em fevereiro ao conselho político do governo, que reúne líderes e presidentes dos partidos aliados.

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A decisão de ampliar o diálogo foi interpretada como um sinal de que Dilma pretendia estar mais presente nas articulações políticas.

Agora, a suspensão das reuniões sinaliza que o governo não irá ceder, ao menos imediatamente, aos pedidos dos aliados rebelados.

Primeiro, o governo quer avaliar o comportamento dos aliados após as mudanças dos líderes no Congresso e dos recados de que pretende estabelecer uma nova relação com os parlamentares.

Dilma quer utilizar as votações desta semana para saber a extensão da crise. Hoje deve ocorrer o primeiro teste do novo líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM): a votação da medida provisória sobre a política nacional de proteção à Defesa Civil –que perde a validade amanhã.

Também hoje deputados de PR, PTB e PSC decidem se ficam na base ou se a abandonam, a exemplo do que fizeram os senadores do PR na semana passada. Alas do PT e do PMDB já externaram sua insatisfação e ameaçam não votar com o governo.

Na noite de ontem, após reunião da bancada, o PT decidiu contra a posição do governo na Lei Geral da Copa.

O partido decidiu apoiar a versão do projeto que não libera explicitamente a venda de bebidas alcoólicas nos estádios do Mundial de 2014.

O governo firmou compromisso com a Fifa em 2007 de que haveria essa liberação.

CONTRABANDOS

Enquanto o governo testa a profundidade da crise, coordenadores da bancada do Nordeste usam a instabilidade para pressionar por propostas de interesse da região.

Carta que deve ser entregue depois de amanhã a Dilma pede o apoio do Planalto à inclusão de “contrabandos” numa medida provisória, como perdão de dívidas de produtores rurais.

“O governo não nos dá a mínima. É preciso levar pau para saber que não é possível governar sem o Congresso”, diz Gonzaga Patriota (PSB-PE), coordenador da bancada, que conta com 153 deputados de diversas siglas.

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