Ex-prefeito de São Luís, Tadeu Palácio oficializa pré-candidatura pelo PP

De O Imparcail

Primeiro a oficializar pré-candidatura a prefeito de São Luís no ano das eleições, o ex-prefeito e ex-secretário de estado do Turismo, Tadeu Palácio, escolheu o atual prefeito como principal alvo na campanha pela volta ao Palácio La Ravardière, onde permaneceu de abril de 2002 a dezembro de 2008.

Recém-filiado ao PP, Palácio tem afirmado que embora seja seu sonho a candidatura a prefeito de São Luís não está acima da racionalidade política. Prova disso, segundo ele, é o diálogo permanente que tem mantido com dirigentes dos partidos do chamado campo democrático, incluindo o presidente da Embratur, Flávio Dino.

Falante, Tadeu Palácio tem opinado no leque de assuntos políticos e administrativos que emergem no período que antecede as eleições. Em entrevista a O Imparcial, por e-mail, no final de semana, Palácio falou sobre prefeitura, eleições, oposição e “sonhos”.

O IMPARCIAL- Quando assumiu a prefeitura de São Luís, em 1º de janeiro de 2009, o prefeito disse ter encontrado um cofre vazio e um orçamento defasado. Em que condições o senhor deixou a prefeitura?
TADEU PALÁCIO – Essa tem sido a tônica dos discursos do atual prefeito desde que assumiu a Prefeitura. A prefeitura que entreguei a ele foi diferente da que ele informa que recebeu. O cofre não estava vazio. Pelo contrário, na conta da Prefeitura no Banco do Brasil deixamos em dinheiro R$ 18 milhões. Ele recebeu uma estrutura administrativa e financeira equilibrada e saneada. Não é verdade o que ele diz para justificar a sua incapacidade em administrar. Não deixamos nenhuma dívida referente a salários, com fornecedores do município, porque era o nosso entendimento que o pagamento destes promovia o aquecimento da economia da nossa cidade. Deixamos dinheiro assegurado em programas que iriam promover o nosso desenvolvimento sustentável.

Ao contrário da regra, a herança deixada ao seu sucessor adversário foi bendita?
Deixei dinheiro assegurado para vários projetos. Foram projetos como o de desenvolvimento auto-sustentável para a área Itaqui-Bacanga, com empréstimo do Banco Mundial. Cabe lembrar que o Banco Mundial não emprestava recursos para os municípios, mas, por termos estruturado as condições orçamentárias da Prefeitura, nos permitiu ter a nossa capacidade de pagamento e endividamento reconhecida, o que nos garantiu as condições deste empréstimo internacional de US$ 60 milhões de dólares, que corresponde a mais de R$ 100 milhões de reais, para a efetivação deste projeto. Somamos a esse valor, a contrapartida da Prefeitura conseguida junto ao Governo Federal, com recursos do PAC 1, no valor de R$ 34 milhões para abastecimento de água, oriundo do orçamento geral da União, dinheiro a fundo perdido, também para a região Itaqui-Bacanga. Junto ao Governo Federal, conseguimos mais R$ 30 milhões para obras de saneamento básico, do FGTS, dinheiro este que seria pago depois pela Prefeitura de São Luís. Do BNDES, conseguimos recursos de R$ 12 milhões para o Canal da Cohab/Cohatrac, que está sendo realizado agora. Do PAC Drenagem, asseguramos recursos no valor de R$ 22 milhões de reais para a construção dos seguintes canais: Canal do Imparcial; Canal do Rio Gangan, continuação do Canal da Vila Fialho, feito na nossa gestão, Canal do Coroado, Drenagem do Mercado Central e da Rua Cônego Tavares, no Anil. Além do Projeto RELUZ, junto à Eletrobrás, para a modernização e efetivação do Parque de Iluminação Pública, deixamos em caixa, R$ 18 milhões de reais. E demonstrando uma visão futurista da nossa administração deixamos um banco de projetos prontos no valor de mais de R$ 100 milhões de reais. Portanto, deixamos uma Prefeitura equilibrada estruturalmente e financeiramente.

No caso de ser eleito para mais quatro anos, como o senhor pretende resolver as adversidades financeiras e administrativas em quatro anos de governo, ou são necessários oito anos?
Todo prefeito eleito tem quatro anos de mandato. E é exatamente nesse período que todo prefeito eleito em 2012 terá que reunir as condições para administrar com eficácia. E como se faz isso? Com planejamento prévio, boas ideias e capacidade de trabalho. Quatro anos é um bom tempo, dá pra fazer muito. Até porque, um prefeito que não realiza um volume de obras consideráveis no seu primeiro mandato não merece que os eleitores lhe dêem mais quatro anos.

Que tom será adotado pela sua candidatura em relação ao grupo Sarney, adversários históricos da oposição na ilha chamada rebelde, sendo o senhor hoje um egresso desse grupo?
Pra começo de conversa eu não sou egresso de lá. Toda a minha história política foi construída nas oposições. Eu fui convidado a prestar um serviço ao Governo do Estado, na Secretaria de Turismo, e tudo que foi possível ser feito nós fizemos. Esta campanha, como as outras, não será diferente. Será feita na disputa entre adversários políticos.
O senhor tem falado em campanha propositiva, no entanto, o prefeito João Castelo tem sido seu principal e único alvo. Não seria uma forma de desviar o alvo sarneista?
A disputa é municipal, e já temos como candidato declarado o atual Prefeito. Obviamente que nós, das oposições, iremos competir é com ele. Já competimos várias vezes e vamos competir de novo.

Na arquitetura política 2012 será a base para 2014. Se não for eleito o senhor continuará militando nas oposições?
Reafirmo que toda a minha história política foi construída nas oposições. E
agora não será diferente.

O senhor tem afirmado que não recebeu o apoio pleno do governador Jackson Lago quando o PDT compartilhou governo e prefeitura de São Luís. O que senhor espera da governadora Roseana Sarney?
Não é bem exatamente eu, é o futuro prefeito eleito que espera um governo de parcerias. Uma parceria institucional com todas as instâncias governamentais: federal, estadual e municipal, para juntos superarmos as grandes dificuldades por que passa a nossa cidade. E estas são em todas as áreas, a exemplo do transporte coletivo, o problema grave da saúde pública, segurança, saneamento básico e limpeza pública, dentre muitos outros.

Sua saída de maneira intempestiva do governo Roseana significou o fechamento de portas nas relações com o grupo?
Em primeiro lugar, não sai de forma intempestiva. Tudo na vida tem seu tempo e sua hora. Como disse anteriormente, fizemos o que foi possível enquanto Secretário de Turismo. Falei da necessidade de relacionamento institucional entre as três esferas de poder, e independente de quem esteja no comando dessas esferas, haveremos de buscar um relacionamento institucional para resolvermos os problemas de nossa querida cidade.
A oposição tenta construir uma agenda comum para as eleições em São Luís. Se não for o escolhido o senhor continuará mantendo o diálogo com o grupo em um eventual segundo turno?
Volto a reafirmar o meu posicionamento de oposição. Estaremos sim, juntos, tanto no primeiro quanto no segundo turno.

Na campanha de 2008, as eleições em São Luís contaram com estrelas de primeira grandeza do marketing como Duda Mendonça, elevando de maneira estratosférica os gastos em campanha. O senhor pretende concorrer em pé de igualdade em despesas dessa natureza?
Claro que não. O projeto da candidatura das oposições será bem diferente da campanha de 2008, não será uma campanha fantasiosa para enganar a população. Ela será propositiva, com o pé no chão, com humildade, colocando o nosso projeto de forma realista, dando assim a oportunidade da população tomar conhecimento de um programa que reconduzirá a nossa São Luís para o caminho certo.

Quais fatores o senhor apontaria como justificativas para a baixa votação do eu candidato (Clodomir Paz) nas eleições de 2008?
A falta de apoio partidário. Toda a militância política, todos os partidos políticos sabem que essa candidatura do PDT foi apoiada pelo então prefeito Tadeu Palácio, que concorreu com adversários externos e com os aliados internos, aliados estes que seguiram um outro caminho, que não foi aquele apontado por mim. Por essa razão, o PDT está passando pelos momentos mais difíceis de sua história, por ter dado este passo errado e ter seguido um caminho que nunca deveria ter tomado.

Em seu ponto de vista a CPI dos Convênios é uma bandeira de campanha ou tem propósito moralizador?
Não será jamais uma bandeira de campanha. Acredito que tenha um propósito moralizador. Mas, não será a bandeira de campanha da candidatura dos partidos de oposição.
Quais problemas o senhor citaria como mais graves na cidade de São Luís e que solução adotar para mitigá-los ou dar soluções definitivas a eles?
Acabei de falar que os problemas da nossa cidade são grandes e eles terão que ser resolvidos de forma conjunta, entre os governos federal, estadual e municipal. Aliados a essa ajuda precisa ter uma coisa chamada entusiasmo, criatividade, zelo, amor e respeito à população, como sentimentos que servirão de adubo para que a gente mais acerte do que erre. Essa sempre foi a receita e os meus procedimentos na vida pública.

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