No Brasil, Obama diz que EUA está pronto para intervenção militar na Líbia

Da Folha.com

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou neste sábado que seu país está decidido a agir e “de forma urgente” na aplicação da resolução do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) que prevê a intervenção militar para a proteção dos civis na Líbia.

Em Brasília, ao lado da presidente Dilma Roussef, Obama preferiu não se aprofundar no tema. Apesar das expectativas, o presidente americano não citou o anúncio do colega francês, Nicolas Sarkozy, de que já está intervindo para evitar ataques aos rebeldes na cidade líbia em Benghazi.

“Conversei com a presidente Dilma sobre o assunto. Hoje a secretária [de Estado, Hillary] Clinton se juntou a uma reunião internacional para decidir como vamos aplicar a resolução. Estamos decididos a seguir adiante. O povo líbio precisa ser protegido. Estamos dispostos a agir e de forma urgente”, disse, sem mais detalhes.

Obama citou ainda o apoio do Brasil, no Conselho de Direitos Humanos da ONU, à sanção contra o regime do ditador Muammar Gaddafi pela violenta repressão aos rebeldes.

Ele não citou, contudo, a abstenção brasileira na resolução do Conselho de Segurança. A medida foi aprovada com dez votos a favor, nenhum contra e cinco abstenções.

Na quinta-feira, o Brasil foi um dos cinco países (além de China, Rússia, Alemanha e Índia) a se abster da resolução que permite “todas as medidas necessárias” para conter a violência contra os civis no país africano. O Brasil alegou preferir uma solução diplomática e pacífica parta o confronto e disse temer que a resolução tenha uma consequência inesperada de ampliar os combates em terra.

CONSELHO DE SEGURANÇA

Obama falou ainda, embora de maneira superficial, da campanha brasileira por uma reforma no Conselho de Segurança para que possa ter uma vaga permanente.

“Os EUA trabalharão em reformas para transformar o Conselho de Segurança em um órgão mais eficaz, eficiente e representativo, para levar adiante a imagem de mundo mais cooperativo”, disse Obama, que citou mais uma vez “os desafios do século 21”.

A conquista de uma vaga permanente no Conselho de Segurança é uma ambição antiga da diplomacia brasileira, sob argumento de que a atual composição não reflete a realidade geopolítica. O Brasil ocupa atualmente uma vaga rotativa no órgão, que tem apenas cinco membros permanentes e com direito a veto –EUA, Reino Unido, França, Rússia e China.

O governo brasileiro tem buscado consolidar uma diplomacia independente e participar mais ativamente em questões globais, e um apoio público de Obama a uma vaga permanente no Conselho seria visto como a consolidação desse novo papel.

Segundo a Folha apurou, o comunicado conjunto assinado pelos presidentes traz uma menção específica à necessidade de reforma do Conselho. O texto contém a frase: os EUA demonstram “apreço pela aspiração do Brasil a se tornar membro permanente do Conselho de Segurança da ONU”.

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