Desdobramento:diretor da Vale faz esclarecimentos sobre denúncias de ‘calote’

 

O deputado Neto Evangelista (PSDB) reuniu-se na manhã desta quarta-feira, 2, com o gerente de relações institucionais da Vale, Dorgival Ferreira Pereira, para discutir as denúncias que envolvem a Companhia e empresas maranhenses, que acabou por atingir milhares de trabalhadores maranhenses. Neto Evangelista é autor do requerimento que propõe realização de uma audiência pública para discutir a questão.

 A reunião entre o representante da Vale e Neto Evangelista atendeu a uma solicitação da Vale que, na ocasião, colocou-se à disposição do parlamento para prestar, a qualquer momento, esclarecimentos com relação aos contratos firmados com empresas maranhenses.

 Durante o encontro, Neto Evangelista esclareceu que pediu uma audiência pública movido pela preocupação de assegurar os direitos dos trabalhadores e o desenvolvimento social e econômico do Estado do Maranhão, em face das graves denúncias. Ele detalhou que o objetivo da audiência pública é ouvir os dois lados (empresas e Vale) para avaliar a realidade dos fatos e suas conseqüências e, ato contínuo, apontar soluções. 

ESCLARECIMENTOS 

Os esclarecimentos prestados por Dorgival Pereira se limitaram a W. O. Engenharia. Ele qualificou como inverídicas as informações de que a Companhia teria deixado de fazer repasses à empresa, levando-a a bancarrota.

 Ele afirmou que a W.O. não recebeu todo o valor orçado porque não honrou com o contrato, cumprindo apenas 18% dos serviços que deveriam ser executados. Segundo o gerente, a W. O. possui um débito com a multinacional no valor de R$ 12 milhões. 

Ele detalhou que o contrato entre a Vale e a W. O. Engenharia foi assinado em maio de 2010, oportunidade em que a empresa recebeu um adiantamento no valor de R$ 10 milhões para executar o projeto de duplicação da ferrovia Carajás. Desse montante, a empresa só conseguiu justificar os gastos de R$ 2 milhões, restando assim R$ 8 milhões que não foram compensados.

 Em meio às dificuldades financeiras, a W. O. deixou de honrar com o pagamento dos seus trabalhadores, que entraram na Justiça reclamando seus direitos. A Vale foi intimada pela Justiça Trabalhista na qualidade de responsável solidária pelo crédito, já que os empregados foram contratados pela W. O. para prestar serviços para a Vale.

 Cumprindo a decisão judicial, a Vale pagou os créditos trabalhistas, totalizados em R$ 9 milhões. Desse montante, apenas R$ 5 milhões foram deduzidos de créditos da W. O. com a multinacional, acrescendo em mais R$ 4 milhões o débito da empresa com a multinacional, elevando o seu déficit para R$ 12 milhões.

(Agência Assembleia)

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  1. Marcelo,

    Recentemente a Vale publicou uma nota de esclarecimento em vista dos recentes acontecimentos. Veja você que em seu 1º parágrafo ela afirma: “Ao contrário: em todos os casos, tentou ajudar seus fornecedores, inclusive antecipando pagamentos futuros dos contratos, bem como recursos para que as próprias empresas garantissem o salário de seus empregados” (?)
    Para que isto ocorra, segundo os critérios da VALE, quase há a necessidade de se abrir uma auditoria, ou sindicância, ou processo administrativo, sei lá, sendo que tudo que for decidido tem se ser levado ao crivo de uma instância superior, em sua maioria composta por membros dispersos de sua diretoria ou gerências ( nunca estão disponíveis conjuntamente ) e, dependendo do valor do contrato, até do Conselho de Administração, o que demanda tempo, pois todos têm de tomar ciência do conteúdo e assinar a decisão final ( se for ao Conselho tem de ser reunião previamente agendada ), o que leva as empresas “esmolantes” à falência, pois caem na Justiça do Trabalho, onde o empresário é sempre o inimigo (o desonesto), ou nas mãos dos agiotas de Parauapebas, com juros acima de 20% ( vinte por cento ). No próprio Núcleo Urbano tem agiota conhecido ( funcionário VALE ou ex, entretanto ainda residindo lá ) e que nunca foi combatido, tendo ficado rico ( foi um dos que mais comprou cotas de ações CVRD de outros funcionários que não agüentaram as sacanagens da VALIA ). Todos sabem quem é. Parece-me inclusive, que é o dono ( ou um dos donos ) do prédio da Noroeste na Rua F, aqui em Parauapebas.
    Em todos os seus contratos a VALE coloca cláusulas leoninas, uma vez que nunca conseguiu ( ou matreiramente não quer ) se desvencilhar do contrato administrativo ( exclusivo para empresas públicas – Lei 8.666/93 ) abusando em demasia das multas, entretanto, percebe-se, só destinada aos seus prestadores de serviços. Nunca a ela, o contratante. Esquece-se ela que ao ser privatizada a relação comercial passou a ser bi lateral, não gozando mais dos privilégios de, ao seu bel prazer, multar, rescindir, fiscalizar e alterar contratos sem a anuência do contratado. Recentemente, em uma de suas unidades, o responsável pela medição das empresas que ali prestam serviços, saiu de férias e não repassou a dinâmica da medição para seu substituto, o que ocasionou atrasos na medição das empresas no mês. Houve multa para ela? Claro que não. Limitou-se apenas a se desculpar esclarecendo que a medição (janeiro) seria creditada no mês seguinte juntamente com a do mês ora vencido (fevereiro) . Em algum momento ela perguntou se tal descuido traria algum problema para suas contratadas? Óbvio que não.
    Na vigência dos contratos é useiro e vezeiro a prática, pela VALE, através de seus gestores de contratos, de impor, verbalmente, outras condições/situações. Atreva-se a não acatar. Pode ser seu último e fatídico contrato. Na hora de medir, como é uma cláusula inexistente no contrato que está registrado no sistema, como medir e pagar ? Se o gestor que deu a ordem verbal não for mais o mesmo, o que é comum na VALE, aí é que a situação se complica mesmo. Há casos em que esta situação ocorreu: o gestor do contrato conseguiu pagar ( autorizou a medição ) do serviço que seria inexistente no contrato, entretanto, mais à frente foi substituído ( o gestor ). O gestor atual constatou então, ao analisar as medições anteriores que a contratada havia recebido “a maior” ( parte inexistente – a verbal – e que foi medida num determinado item/serviço do contrato que não estava executado ), e glosou o que no entender dele foi indevido. O gestor anterior você acha que defendeu o contratado? Explicou o ocorrido? Vulgarmente dizendo, deixou o dele na reta? JAMAIS. Na VALE o que sempre soubemos e é verdadeiro, é que o funcionário mais graduado sempre pisa no mais baixo e nos contratados e os que mais pisam se borram de medo dos superiores. È aquela história que sempre rolou: funcionários VALE acham que são Deus e outros têm certeza que são. São arrogantes e covardes. Julgam-se melhores que os das contratadas por serem VALE. Salvam-se poucos.
    Recentemente, na implantação das RAC’s a VALE exigiu a adequação de vários itens em contratos já vigentes. Exemplo: substituição de veículos que não se adequavam às RAC’s, tais como falta de air bags, freios abs, etc, não ressarcindo as empresas pelas diferenças nos novos custos pela substituição dos veículos existentes pelos ora exigidos pelas RAC’s. Se se for aventar esta possibilidade, ela pode até aceitar, entretanto, a demora na solução, os constrangimentos e ameaças de que não seremos mais convidados a participar de suas coletas de preços inibem qualquer iniciativa nossa de pleitear pequenos direitos ( no entender da VALE ), que são nossos e nos trazem prejuízos. E a negociação dos contratos? Como é feita atualmente? Através do Portal Quadrem. Abertas as propostas a Quadrem, sem indicar o porquê força as proponentes, ou apenas a 1ª colocada a dar desconto, via de regra 10% ( dez por cento ). Não informam o que acharam de exorbitante na proposta, apenas querem o desconto, sempre ameaçando negociar com as demais proponentes. A negociação se torna um leilão.
    Como ex funcionário VALE já encerrei negociação aí em São Luis, às 21:00 / 23:00 h, quando o “martelo” foi batido. Estranhamente, às 7:30 h do dia seguinte era chamado para reiniciar negociações com outra empresa que aceitara novamente abaixar seus preços. Como se vê, alguma coisa ocorreu à noite, entre o negociador ( gerente do futuro contrato ) e os proponentes. As propinas sempre existiram e sempre beneficiam, em sua maioria as classes funcionais mais elevadas na VALE. Observe que as empresas convidadas para os grandes contratos são indicadas pelas hierarquias superiores ( gerências, diretoria, Conselho ). O órgão de contratação não tem nenhuma autonomia para isso que, presume-se, seja montar o “esquema”. O esquema já vem montado de cima. As coletas de preços na VALE são vencidas por quem eles querem, uma vez que os proponentes somente enviam suas propostas. Nunca sabem os preços propostos pelos demais concorrentes. E no leilão da Quadrem…..
    A situação a que chegamos agora, inclusive com o “sumiço” ( retirada do ar ) do blogdodecio, que foi o blog que mais “bateu” na VALE em nome das empresas maranhenses, chega a ser estranha. Nenhuma explicação, até o momento foi dada. Infelizmente, a maldade do povo é tanta que corre aqui o boato de que foi a VALE que o retirou, mediante propina ou força ( influência ). Não acredito que tenha havido propina pois a postura do blogueiro, que não conheço, continua a mesma, sempre noticiando os podres da “poderosa”, como diria o Clodovil.
    Note-se que a chiadeira que vem do Maranhão é bem maior do que a nossa, paraenses, uma vez que nos habituamos com esta situação. A quebradeira de uma empresa contratada pela VALE, certamente significa quebradeira de outras empresas da região ( os subcontratados/fornecedores locais que não mantêm contrato com a VALE ). As contratadas que aqui se instalam, alugam imóveis ( e na maioria das vezes os destroem, sem reformá-los ao devolver ), locam veículos, adquirem refeições ( café da manhã, almoço, jantar e lanche de turno ), combustíveis, uniformes, epi’s, acessórios, equipamentos, enfim, tudo que o nosso comércio dispõe. Não seria obrigação da VALE, antes de efetuar os pagamentos das mesmas, verificar se estão em dia com suas obrigações no comércio? Por que só exigem certidão de regularidade do INSS e do FGTS? Porque sabem que o Governo Federal, com sua voracidade e seus juízes são ágeis na sua punição. Veja você que qualquer processo a favor do Governo, em especial a VALE, é rápido, ao contrário, quando a decisão pende para o cidadão/empresa, haja paciência. Claro que nós mesmos deveríamos estar fazendo isto ( exigir as garantias ), entretanto, se assim procedermos, seremos taxados por ela de extremamente rigorosos e que os culpados pela debandada das empresas, comprando de outras praças somos nós mesmos. Para nós comerciantes de Parauapebas, o simples fato de nos ser apresentado o contrato celebrado com a VALE é a garantia de que a empresa é idônea, tamanhas as exigências que a VALE impõe. Em todas essas situações, desde que houve a intermediação da ACIP ( Associação Comercial ) no caso Hidelma ( a última a quebrar e cujo passivo a VALE foi obrigada a assumir, depois de um dia inteiro com a portaria de N4 fechada pelos comerciantes de Parauapebas ), foi-lhe sugerido consultar um nada consta ( certidão de quitação com o comércio local ) a ser fornecido pela ACIP. Houve algum progresso com relação a isto? Isto interessa à VALE? Submeter-se a um órgão local? Claro que não. Afinal Parauapebas pertence à VALE, é o seu quintal, ou a melhor, sua fossa. Ironicamente, São Luis, na mesma proporção, também o é, afinal é a casa de praia da VALE. Daí a indignação do Sr. Daniel, novo presidente do CDL ( Diretores Lojistas ) Parauapebas, através de comentários no blog do zedudu. Não é de hoje que a empresa Santa Bárbara, um dos gigantes da construção nacional vem enrolando a praça local com suas promessas. Acreditamos que a mesma vá pagar, claro, mas quando? Quando interditarmos a Portaria de N4 novamente? Se os pagamentos estão sendo efetuados à Santa Bárbara, provavelmente para sua sede em Belo Horizonte, porque não há o repasse do que é devido para Parauapebas? Na proposta da Santa Bárbara, pelas planilhas obrigatórias impostas pela VALE, somente um percentual mínimo é para cobrir as despesas do escritório central. A maioria das despesas contidas na proposta aceita pela VALE, é para cobrir despesas com a sua mão de obra e fornecedores locais que, no caso, somos nós. Por que a obra de Carajás tem de cobrir os rombos da Santa Bárbara provenientes de outras obras no País? É justo? Os motivos alegados pela Maquipesa se não se aplicam ao caso dela, são extremamente verdadeiros. A VALE passa uma imagem de empresa excepcional, organizada, entretanto, só quem trabalha nela ou trabalhou, pode atestar que não é assim. Peguem seus editais, verifiquem se não se tratam de verdadeiras armadilhas. Há casos em que as empresas são convidadas, participam de reuniões para esclarecimento de dúvidas, mas não podem conhecer a área onde irão trabalhar, porque a VALE acha desnecessário.
    Investiguem o passado de seus funcionários. A maioria foi retirada das empresas prestadoras de serviços. A VALE chega ao descalabro de retirar funcionários que não conseguiu no mercado diretamente da empresa que lhe presta o serviço e, não satisfeita, aplica o prazo contratual para a reposição desse funcionário pela contratada, com a multa logo a seguir se a contratada não preencher esta vaga imediatamente. É prática usual da VALE e está mais do que atual. Acabo de perder meu gerente. Vejam as fichas de seus empregados recém contratados. A maioria teve como último emprego a contratada. Afinal, assim procedendo, a VALE não tem despesas com a mobilização dos empregados que deseja ( passagens, aluguel, fretes/mudança, etc ).
    A mobilização dos serviços, via de regra, é sempre autorizada antes da assinatura do contrato, os termos aditivos – uma agonia para sua assinatura. Para esperar a assinatura do termo aditivo, por exemplo, se a contratada pára e fica aguardando, o que vai medir? Afinal mesmo parados os empregados já estão contratados e têm de perceber sua remuneração. A VALE sempre foi de última hora. Existem contratos que estão vigendo e a contratada não pode executá-los por estar aguardando autorização do IBAMA.(???). Por que fez a coleta de preços se a área não estava liberada?
    Se a VALE deseja mesmo esclarecer a questão, que permita uma auditoria nos contratos reclamados, que se verifique se as multas foram justas, se as suas falhas não seriam passíveis de multa. Aliás, se não foi por via judicial, alguma vez a VALE concordou com uma multa/ressarcimento por danos? Todo atraso de pagamento da VALE tem justificativa, multa, entretanto, é outra conversa. Sempre a medição foi apresentada com algum erro, o sistema está fora do ar, etc. Todo e qualquer atraso nos pagamentos tem por motivo uma falha da contratada. Por quantos anos se arrastou a pendência do horas-in-itinere? Quando perdeu o processo, rapidinho a VALE procurou um acordo.
    Observe-se que a chiadeira não é de apenas uma empresa, são várias. Já presenciamos, somente na região de Carajás, a quebra recentemente da Hidelma, Dopler, agora W.O., Maquipesa ( 25 anos ), COVAP, a Integral ( mais de 25 anos ) não anda bem e a Santa Bárbara também não. Onde estão STEM, CIAM, RMS, COMAG, Souza Lacerda, Logus, Cromo Duro, Ferreira Pires, BMT, Noroeste e outras que não me lembro mais? No caso da BMT, até hoje nada foi explicado. Estranhamente, nenhuma empresa a substituiu na obra do prédio do SENAI, sinal de que existe alguma pendência judicial, e o reclamante ( BMT ) pode ganhar, pois o normal na VALE é a imediata substituição do falido pelo futuro candidato à falência. Empresas sólidas que aqui atuaram, estranhamente só se tornaram incompetentes/falidas após prestarem serviços para a VALE. É certo que algumas de pequeno porte foram quebradas pela sua má administração, porém, perfeitamente percebíveis quando apresentavam propostas com preços abaixo do orçado pela VALE ou dentro do orçamento previsto, em sua maioria abaixo da realidade de mercado pois os orçamentos da VALE não contemplavam os impostos.
    No caso da Comag, se não me engano, após a implantação de novas normas, ocorreu um acidente com morte e a empresa foi sumariamente banida da VALE, encerrou suas atividades. Posteriormente várias outras também tiveram esta infelicidade ( acidente fatal ) e, inexplicavelmente, não foram excluídas. Veja recentemente o caso do Consórcio CAMTER/Paranasa ( acidente fatal com funcionário de sua terceirizada Makro ), aliás, também com dificuldades financeiras e devendo na praça.
    Finalizando, o fica o trinômio que a VALE sempre pregou: Cliente, Parceria e Terceirização.
    Na visão de seus empregados, o seu real significado: quem tem cliente é puta, quem tem parceiro é viado e quem terceiriza é corno ( desculpe as palavras chulas ). Ou seja, esta máxima é só para inglês ver, da boca para fora. Como explicar tamanha quebradeira e apresentar um lucro em 2010 de 30,1 bilhões? Quantos foram colocados para sofrer, deixando de comer, sacrificando suas famílias para que a VALE seja este sucesso? Se a VALE é tão correta, tão íntegra, por que nunca permite a entrada da imprensa em qualquer unidade sua quando ocorre um acidente ou alguma irregularidade? Veja você que com o acidente ocorrido aí, ontem, com o naufrágio de um rebocador no porto, ninguém pode se aproximar, nem os moradores, os maiores prejudicados. A VALE com sua Segurança Patrimonial e arrogância age com poder de polícia. Qualquer esclarecimento sempre é prestado após alguns dias, quando a poeira assenta ou é bem escondida por ela debaixo do tapete.
    Finalizando, apenas para ilustrar o quanto é mesquinha ( pode ser apurado ), trabalhadores VALE que permaneceram determinado tempo no INSS (auxílio doença ou acidente de trabalho) perderam o direito à cesta de natal ( brinde natalino ), sendo humilhados no período em que mais necessitavam da empresa uma vez que a entrega dos brindes pode ser presenciada ( foi ) por filhos dos excluídos quando da distribuição no Núcleo Urbano e que questionaram os pais por que uns receberam e outros não.
    Resumindo, esta VALE é podre. Nada VALE.

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